Após confusão em CPI no Rio, manifestantes fecham avenida no centro do Rio
Após confronto que terminou com dez pessoas detidas e algumas feridas na frente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, cerca de 150 manifestantes fecharam a avenida Rio Branco, uma das principais vias do centro da cidade, por aproximadamente 50 minutos. O bloqueio foi feito na altura da Cinelândia, onde fica a Casa Legislativa, e a via foi liberada às 17h10. Os manifestantes deitaram no meio da rua para impedir a passagem dos veículos e, após a liberação, voltaram às escadarias da Câmara.
Mais cedo, manifestantes contra e a favor da CPI dos Ônibus, que teve sua primeira audiência nesta quinta, trocaram agressões do lado de fora da Casa. A confusão teve início quando um grupo de 20 homens que estavam na Câmara apoiando o presidente da CPI, Chiquinho Brazão (PMDB), tentou se retirar da Casa. Do lado de fora, manifestantes contrários à composição da comissão aguardavam os apoiadores do parlamentar. Após troca de ofensas, um dos rivais dos manifestantes lançou uma pedra em direção aos black blocs, dando início ao confronto físico.
Pelo menos dois jornalistas foram agredidos durante a confusão. Os apoiadores de Brazão, em menor número, foram levados por policiais militares após serem acuados em um prédio pelos demais manifestantes.
Apesar da desocupação da Casa, que estava tomada por manifestantes desde o dia 9, ainda há ativistas acampados do lado de fora da Câmara. Os manifestantes pedem, entre outras reivindicações, a anulação da reunião de instalação da CPI dos Ônibus e a realização de nova sessão para instalar a comissão "de forma legítima".
Proposta pelo vereador Eliomar Coelho (PSOL), a CPI é presidida por Brazão e tem como relator o vereador Professor Uóston (PMDB). Além deles, compõem a comissão os vereadores Jorginho da SOS (PMDB) e Renato Moura (PTC). Os quatro últimos são da base governista e não assinaram o requerimento da CPI. Coelho não compareceu à sessão.
A comissão investiga irregularidades na licitação das linhas de ônibus que operam na cidade, realizada em 2010. Durante a sessão, uma mulher jogou um tênis no vereador Renato Moura (PTC), mas atingiu apenas a cadeira onde ele estava sentado e foi retirada do local.
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