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Marcelo Pesseghini sofria de doença psíquica, diz psiquiatra

Larissa Leiros Baroni

Do UOL, em São Paulo

02/09/2013 18h35Atualizada em 02/09/2013 19h45

O garoto Marcelo Pesseghini --principal suspeito de matar os pais, a avó e uma tia-avó antes de cometer suicídio no último dia 5 de agosto--, sofria de uma doença psíquica. Foi o que concluiu o psiquiatra forense Guido Arturo Palomba, que recebeu da Polícia Civil de São Paulo a missão de elaborar um relatório que pode ajudar a explicar a motivação da chacina na Vila Brasilândia, zona norte da capital paulista. No entanto, o perito somente vai divulgar o nome da doença após a análise de todos os depoimentos do caso.

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"Desde o começo suspeitei que somente uma pessoa com uma doença psíquica pudesse cometer um crime como esse", disse Palomba, que comprovou parte de suas suspeitas após ter acesso ao material já levantado no inquérito que é conduzido pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

O próximo passo, conforme ele explicou, é fazer uma "garimpagem médica" em todo o conteúdo da investigação para identificar os sinais e os sintomas clínicos que vinham se manifestando no comportamento do garoto de 13 anos nos dias que antecederam o crime. "Já excluí muitos tipos de doenças e já tenho uma ideia de qual seja, mas ainda tenho que concluir esse quebra-cabeça."

O garoto também sofria de fibrose cística e, de acordo com a pneumologista Neiva Damaceno, chefe do Ambulatório de Fibrose Cística da Santa Casa de São Paulo, Marcelo fazia tratamento no hospital a cada seis semanas, sempre acompanhado de um dos quatro familiares envolvidos na tragédia. Conforme a médica, o menino tinha uma rotina diária de fisioterapia respiratória aliada a duas a três sessões de inalação.

Ao final da análise realizada pelo psiquiatra, denominada "perícia póstuma retrospectiva" [uma vez que se refere a aspectos recentes de um crime cujo suspeito já está morto], o perito forense dirá o nome da doença, as causas, funcionamento e como ela se desenvolveu. Questões que, segundo Palomba, que trabalha no ramo há 40 anos, ajudará a esclarecer, sob o ponto de vista médico, "o que se passava no psiquismo do Marcelo quando ele cometeu esse delito".

Palomba disse, no entanto, não saber quando concluirá a perícia. "Preciso de tempo para fundamentar todas as análises", relatou ele, que acrescentou que o tempo também será determinado pela necessidade da polícia.