Marginal Tietê é liberada após protesto de moradores ameaçados por despejo
Um grupo de manifestantes bloqueou na tarde desta sexta-feira (1º) todas as pistas da marginal Tietê no sentido Ayrton Senna, na altura da ponte Orestes Quércia. Eles protestam contra a reintegração de posse de uma comunidade conhecida como Estaiadinha, que fica perto do local do ato, na região central de São Paulo. A Polícia Militar foi acionada para liberar a via. Por volta de 18h, todas as faixas das pistas expressa, local e central já estavam liberadas.
Os moradores da comunidade colocaram fogo em entulho, papelão e pedaços de madeira para bloquear as pistas da marginal. O Batalhão de Choque da Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para dispersar o grupo. Os PMs fizeram uma varredura em avenidas e ruas da região para impedir afastar os moradores.
Em uma das pistas da marginal, os manifestantes escreveram uma mensagem ao prefeito. "Haddad, o senhor foi eleito pelo povo. Queremos moradias dignas". O helicóptero Águia da PM sobrevoou o local durante a ação policial.
Em função do protesto, há lentidão nas pistas expressa e local do Cebolão até a ponte das Bandeiras, segundo informações da CET (Companhia de Engenharia e Tráfego). Já a pista central está com tráfego lento entre as pontes da Freguesia do Ó e das Bandeiras.
Veja cenas do protesto
De acordo com informações do Escritório Modelo da PUC (Pontifícia Universidade Católica), órgão associado à Defensoria Pública do Estado e que acompanha a comunidade, um juiz concedeu, no final do setembro, um prazo de 90 dias para que a Prefeitura de São Paulo e os moradores chegassem a um acordo sobre o atendimento habitacional às famílias.
A Secretaria Municipal de Habitação recorreu ao Tribunal de Justiça, que determinou a remoção das famílias sem oferecer atendimento habitacional. Os moradores dizem que o despejo da comunidade ocorrerá no próximo domingo, no final da madrugada. A comunidade fica ao lado da pista local da marginal, vizinha ao conjunto habitacional Parque do Gato, e é formada principalmente por casas de madeira.
A secretaria informou que cerca de 80 famílias ocupam o terreno, que não pode ser destinado à construção de casas porque fica embaixo do viaduto. Em julho, a prefeitura cadastrou 450 famílias, que viviam no local, em programas habitacionais. Depois do cadastro, 80 famílias ainda permanecem no terreno.
“Em julho de 2013, foi firmado acordo com as famílias, logo no início da ocupação, para a desocupação definitiva e pacífica da área. O acordo previa o cadastramento das famílias nos programas habitacionais para receberem unidades habitacionais definitivas até 2016, desde que desocupassem a área. A Secretaria de Habitação cadastrou 450 famílias. O prazo acordado para desocupação era até o final de agosto, mas o acordo não foi cumprido”, informou a secretaria, em nota.
A Polícia Militar informou que cerca de 100 manifestantes participaram do protesto. Segundo a PM, não há informações sobre data da reintegração de posse. O mesmo grupo bloqueou a marginal no dia 27 de setembro. (Com Agência Brasil)
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