Operação busca provas de adulteração de leite com água oxigenada no RS
Do UOL, em São Paulo
07/11/2013 10h53
O Ministério Público estadual no Rio Grande do Sul realiza na manhã desta quinta-feira (7), no município de Três de Maio (Noroeste gaúcho), a terceira fase da operação "Leite Compen$ado", que investiga adulteração de leite com produtos como água oxigenada.
Segundo a assessoria de imprensa do MP, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em quatro locais. Além de produtos químicos, são recolhidos documentos, notas fiscais e anotações dos investigados, além da busca e apreensão de três caminhões de transporte de leite.
A operação do MP tem apoio de organismos como Receita Estadual e Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e é coordenada pelos promotores Mauro Lucio da Cunha Rockenbach, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho e Pablo da Silva Alfaro.
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De acordo com as investigações, o transportador Airton Jacó Reidel, 31, seria o chefe de uma quadrilha composta por sua mulher, Rejane Dias, 32, e seus sobrinhos, Roberto Carlos Baumgarten e Laércio Rodrigo Baumgarten, estes, motoristas do grupo. Rejane é sócia do marido e proprietária de todos os bens que, segundo o MP, teriam sido adquiridos ilicitamente.
Ação criminosa
As investigações descobriram que os suspeitos adicionavam produtos químicos ao leite in natura a fim de mascarar a adição da água e aumentar o volume do produto final para, com isso, ter mais lucro. A ação, entretanto, reduzia o valor nutritivo do leite e causava riscos sérios à saúde dos consumidores, de acordo com a promotoria de Defesa do Consumidor.
Os promotores afirmam ainda que a quadrilha investigada acrescia também peróxido de hidrogênio (água oxigenada) para elevar a durabilidade do leite, uma vez que o produto químico tem ação bactericida.
Na prática, diz a investigação, o grupo comprava leite prestes a vencer por preço até 50% inferior ao do mercado. Depois da manipulação com o peróxido de hidrogênio, o produto era repassado à indústria. Além de eliminar as vitaminas A e E, em altas concentrações a substância prejudica a flora intestinal. A substancia é proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).