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Beltrame fala sobre recruta da PM morto no Rio e diz que "abomina práticas excessivas"

Secretário do Rio diz que abomina práticas excessivas - Agência Brasil
Secretário do Rio diz que abomina práticas excessivas Imagem: Agência Brasil

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio*

19/11/2013 18h24

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou nesta terça-feira (19) que "abomina práticas excessivas" ao ser questionado sobre a morte cerebral de Paulo Aparecido Santos de Lima, 27, que teria se sentido mal durante um treinamento de recrutas da Polícia Militar no CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), no dia 12 de novembro, em Sulacap, na zona oeste da capital fluminense.

"A gente abomina e é contra qualquer tipo de prática excessiva em qualquer atividade, seja física ou profissional. As pessoas responsáveis por aquela ação já foram afastadas e responderão a processo. Nós estamos investigando efetivamente o que aconteceu. De forma alguma, não há mais no século 21 como você usar práticas que possam levar uma pessoa normal ao que aconteceu com esse rapaz", disse.

Beltrame afirmou ainda que a Polícia Militar do Rio formou mais de 7.000 policiais nos últimos anos, e que nunca havia ocorrido um fato dessa natureza. "Tivemos infelizmente esse caso infeliz", declarou o secretário, que não entrou em detalhes sobre as circunstâncias do treinamento.

"Estamos agindo de maneira rápida, pontual e, sobretudo, exemplar", finalizou Beltrame.

Lima participava de atividades do curso preparatório da PM em 12 de novembro, quando sentiu-se mal. Depois de receber atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Marechal Hermes, na zona oeste do Rio, ele foi transferido para o Hospital Central da Polícia Militar no mesmo dia. A morte cerebral foi constatada na noite de segunda-feira (18).

Recruta morre após treinamento da Polícia Militar no Rio

A PM já abriu procedimento para apurar responsabilidades por excessos no treinamento realizado no CFAP. No dia 12, a temperatura no bairro de Sulacap passou dos 42ºC, com sensação térmica que superou os 50ºC. O treino teria incluído exercícios extremos sob o calor. Recrutas que não conseguiam acompanhar o ritmo de esforço seriam obrigados a sentar sobre o asfalto escaldante ou recebiam banho de água gelada, provocando choques térmicos.

O grupo de recrutas da 5ª Companhia Alfa tinha 490 pessoas, das quais 33 passaram mal. Dentre eles, 18 teriam sofrido queimaduras nas nádegas ou nas mãos. (Com Estadão Conteúdo)