Protesto no Rio tem detidos e tumulto; manifestantes queimam catraca
Hanrrikson de Andrade
Do UOL, no Rio
10/02/2014 20h04Atualizada em 10/02/2014 23h35
Um grupo de manifestantes se envolveu em um tumulto com a PM (Polícia Militar) no fim de mais um protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio, na noite desta segunda-feira (10), na Cinelândia, centro da cidade. O conflito começou depois que um jovem foi detido por se negar a mostrar o rosto. Algumas pessoas assustadas correram, e a PM foi hostilizada com pedras e garrafas d'água.
Os policiais perseguiram alguns manifestantes e detiveram outros, mas não usaram nem bombas de gás lacrimogêneo nem de efeito moral. Pouco depois, as pessoas que permaneciam no ato correram da Cinelândia para a rua do Passeio, e a PM agiu novamente. Por volta das 21h15, a maior parte do grupo se dispersou. A Polícia Militar ainda não informou o número total de manifestantes detidos.
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Os remanescentes caminharam pelas avenidas Rio Branco e Presidente Vargas em direção à Central do Brasil. Durante o trajeto, houve novo tumulto na altura do prédio do Detran. Quando chegaram à estação, os manifestantes encontraram as portas fechadas e a maioria acabou deixando o local.
Cerca de 15 pessoas prosseguiram nas cercanias da estação e algumas tentaram forçar uma das portas. A PM conteve a tentativa de invadir a Central do Brasil sem uso de violência. Pouco depois, alguns homens tentaram depredar a base da Guarda Municipal, localizada na avenida Presidente Vargas.
A divisão de elite da GM chegou a sair da base e a entrar em formação de confronto, com o apoio de PMs do Batalhão de Choque. Mas os poucos manifestantes que ainda estavam no local se retiraram em seguida.
Participantes do ato e transeuntes relataram que muitos optaram por abandonar o protesto em razão de roubos. A área da Central do Brasil concentra quantidade significativa de moradores de rua e usuários de drogas. A poucos metros de onde o protesto ocorria, há uma cracolândia.
Mais cedo, cerca de 500 pessoas começaram a passeata fechando duas pistas da avenida Presidente Vargas, nas proximidades do local onde o cinegrafista da Band Santiago Ilídio Andrade, 49, foi atingido por um artefato explosivo quando filmava o ato da última quinta-feira (6). ). Ele teve morte cerebral confirmada nesta segunda.Em seguida, o grupo caminhou pela avenida Rio Branco em direção à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), e posteriormente ao prédio da Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio), na rua da Assembleia. No local, os manifestantes queimaram uma catraca de ônibus.