Manifestação de rodoviários causa tumulto em Goiânia
Um grupo de rodoviários insatisfeitos com os termos do acordo salarial assinado pelos sindicatos dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Goiás e das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (GO) promoveu uma série de manifestações que terminaram em confusão, quebra-quebra e ônibus depredados na manhã desta sexta-feira (16).
Ao menos 15 ônibus convencionais foram depredados, segundo levantamento preliminar do Consórcio RMTC, responsável por gerir a operação integrada do sistema de transporte coletivo na região metropolitana da capital goiana.
De acordo com o consórcio, nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (16), o grupo descontente impediu a saída de ônibus da garagem de uma empresa. A ação afetou várias linhas de ônibus, principalmente na região sul de Goiânia. Com o atraso, alguns passageiros se irritaram e, junto com alguns rodoviários e com outras pessoas que apoiam as manifestações, começaram a depredar ônibus e as instalações de alguns terminais.
Segundo o consórcio, as linhas que passam pelos terminais Araguaia, Bandeiras, Cruzeiro, Garavelo, Veiga Jardim e Vila Brasília foram as mais afetadas. No terminal Bandeiras, o atendimento chegou a ser totalmente interrompido. Também foram registrados problemas nos terminais Isidória, Parque Atheneu, Praça A e Praça da Bíblia.
O trânsito de veículos chegou a ser interrompido em parte do Eixo Anhanguera, mas foi normalizado por volta das 11h30. No local, funciona o sistema expresso de ônibus biarticulado operado pela Metrobus. Em média, cerca de 250 mil pessoas utilizam o sistema em dias úteis.
O Sindittransporte, sindicato que representa os cerca de 4,5 mil motoristas, cobradores, mecânicos e rodoviários da região metropolitana, informou não ter responsabilidade pelos protestos. Em nota divulgada na quinta-feira (15), a entidade afirma que “a tentativa fracassada de paralisação não é de responsabilidade do Sindittransporte, nem da categoria de trabalhadores, mas sim do Sindcoletivo, um pequeno grupo que não visa o bem-estar da categoria e sim à baderna”. De acordo com a assessoria do Sindittransporte, o grupo de insatisfeitos tem menos de 40 rodoviários. O sindicato orientou a categoria a não reagir a provocações e nem tentem furar eventuais bloqueios.
A Agência Brasil não conseguiu contato, por telefone, com nenhum representante do movimento.
Mediado pelo Ministério Público do Trabalho, o acordo assinado na tarde de quinta-feira (15) estabelece um aumento salarial de 7%; reajuste de 16% no valor do tíquete-alimentação; 7% a título de gratificação suplementar e manutenção do anuênio, acréscimo salarial de 3% que cada trabalhador recebe por ano de trabalho. Com o aumento, o salário base da categoria passou de R$ 1.445,14 para R$ 1.546,30.
Em nota, o Sindittransporte defendeu o acordo, garantindo que a reposição salarial ficou acima da inflação medida no último período (5,39%). “O acordo representa um grande avanço para os trabalhadores do transporte coletivo de Goiânia e região metropolitana e está em conformidade com a média dos reajustes de outras categorias de trabalhadores em âmbito nacional”.
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