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Clima de "Não vai ter Copa" dá trégua, e comércio e bares de SP comemoram

Banca de vendedor ambulante na rua Teodoro Sampaio, na zona Oeste de São Paulo, vende dezenas de camisetas da seleção brasileira para torcedores. Clientes deixaram para fazer as compras na última hora - Leandro Prazeres/UOL
Banca de vendedor ambulante na rua Teodoro Sampaio, na zona Oeste de São Paulo, vende dezenas de camisetas da seleção brasileira para torcedores. Clientes deixaram para fazer as compras na última hora Imagem: Leandro Prazeres/UOL

Leandro Prazeres

Do UOL, em São Paulo

12/06/2014 11h54

A poucas horas da abertura da Copa do Mundo, o clima de "Não vai ter Copa" parece ter dado uma trégua, ao menos no comércio de São Paulo. Na manhã desta quinta-feira (12), lojas e vendedores ambulantes que não aderiram ao feriado comemoram alta nas vendas às vésperas de o Brasil entrar em campo.

Um decreto municipal estabeleceu esta quinta-feira (12) como feriado em São Paulo, exceto para o comércio. A medida gerou polêmica entre aqueles que preferiram ficar em casa vendo o jogo, mas na rua Teodoro Sampaio, no bairro de Pinheiros, zona Oeste, vendedores ambulantes e gerentes de loja comemoraram, aliviados, o aquecimento nas vendas.

Franklin Farias, 29, é gerente de um armarinho e contou que estava preocupado. “Com essa história de 'Não vai ter copa', a gente ficou com medo de as vendas caírem. Mas de ontem pra hoje, a gente está vendendo demais. Parece que todo mundo deixou para última hora, como sempre”, diz.

Entre os itens mais vendidos no estabelecimento estão cornetas, bolas e chinelos com estampas de time. Ele estima que está vendendo até 60% mais que na Copa de 2010, na África do Sul.

A depiladora Priscila Alves, 32, é uma das que andava desconfiada. Em meio a greves, protestos e boatos circulando em redes sociais, ela confessa que estava receosa. “A gente ouvia muita coisa. Essas greves e esses protestos deixaram a gente preocupada. Só agora que eu botei fé de comprar as coisas”, diz.

De uma só vez, ela comprou oito camisas da seleção brasileira, todas falsificadas, em uma banca na rua do Largo da Batata. “Comprei pra a família toda. Tenho muitos sobrinhos”, explica.

Irinaldo Lima, 28, dono de uma banca na região, também sentiu o aumento nas vendas, mas ainda parece desconfiado. "Desde ontem, o número de vendas aumentou. Estava muito ruim, mas parece que agora as coisas vão deslanchar. Compramos bastante estoque e agora estamos torcendo para que as vendas cresçam", diz. 

Na tradicional rua 25 de Março, no centro de São Paulo, a manhã foi movimentada. A maior parte das lojas ainda estava fechada, mas os vendedores ambulantes trabalhavam normalmente.

Apesar de toda a polêmica em torno dos licenciamentos de marcas e produtos feitos pela Fifa, para os ambulantes de São Paulo isto não foi um problema. Pela rua, as cores verde e amarelo das camisas e bandeiras predominavam. A maioria vendia camisas, bandeiras, cornetas, canecas e até bichos de pelúcia como o mascote do torneio, Fuleco.

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“Eu acho que se o Brasil for bem no início da Copa, o movimento vai aumentar”, disse a vendedora ambulante que se identificou apenas como Eunice. Em sua banca, ela vende camisas, bolas, cornetas e tiaras com as cores da bandeira brasileira.

Noite puxada

Outro setor que não deverá ter do que reclamar é o de bares. Na última quarta-feira (11), os bares do bairro Vila Madalena, tradicional reduto boêmio de São Paulo, ficaram lotados. Jeffeson Santos é gerente de um bar na esquina das ruas Aspicuelta e Mourato Coelho e diz ter dormindo pouco mais de três horas antes de voltar a trabalhar nesta quinta-feira (12).

“O movimento terminou às 4h. Às 4h30 eu estava dormindo, mas tive que acordar às 8h, para organizar tudo de novo. O pessoal disse que vai começar a chegar no bar às 11h, então preciso correr”, contou Jefferson.

O gerente disse que apesar do ritmo puxado de trabalho, sua equipe será dividida em turnos. “Temos dois turnos específicos. A gente já imaginava que o movimento ia ser grande. Não tinha como ser diferente na Copa. E vai ser assim até o final, eu acredito. Estamos esperando muitos croatas, colombianos e mexicanos hoje”, diz .