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Sem dinheiro para adequar zoo, Sumaré (SP) quer doar animais silvestres

Macaco-prego come banana no Zoo de Sumaré (SP); espécie é controlada pelo Ibama e não poderá permanecer no zoológico da cidade do interior paulista, que não atende às especificações do órgão - Divulgação/Zoo de Sumaré
Macaco-prego come banana no Zoo de Sumaré (SP); espécie é controlada pelo Ibama e não poderá permanecer no zoológico da cidade do interior paulista, que não atende às especificações do órgão Imagem: Divulgação/Zoo de Sumaré

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas

17/06/2014 06h00

A Prefeitura de Sumaré (121 km de São Paulo) está em busca de órgãos interessados em receber 62 animais silvestres de 15 espécies controladas pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) que estão no Zoológico Municipal Henrique Pedroni.

Entre as espécies a serem doadas estão arara-canindé, cachorro-do-mato, cágado, carcará, jabuti, jacuguaçu, macaco-prego, mutum-de-penacho, papagaio-verdadeiro, preguiça e tartarugas-tigre-d’água e tigre-d'água de orelha vermelha.

A doação dos bichos foi a solução encontrada pela Administração depois que uma vistoria realizada por técnicos da Secretaria do Meio Ambiente do Estado adiantou que as obras de reforma e ampliação do espaço — que já estão quase concluídas — não terão aprovação do Ibama e do Centro de Fauna Silvestre em Cativeiro porque os recintos estão inadequados para os animais, principalmente por falta de espaço. 

Por causa disso, o zoo passará a abrigar apenas animais cujas espécies não são controladas pelo Ibama, como pavão, faisão, cisne-negro, marreco, pônei, ganso, pato, periquito-australiano, canário, lhama, galinha d’Angola, ovelha, cabra, porquinho da Índia, chinchila, coelho, peru, codorna chinesa e calopsita.

As doações e mudanças devem ocorrer gradativamente nos próximos meses. Entretanto, até agora, nenhuma entidade demonstrou interesse nos animais.

Segundo nota divulgada pela Prefeitura, “os técnicos adiantaram que para manter os animais no zoo, o Ibama exigiria grandes mudanças no local, o que elevaria muito os custos da obra”.

Sem o dinheiro para as adequações e para não precisar devolver mais de R$ 2 milhões ao governo federal, destinados para revitalização e ampliação do espaço, a Administração optou pela doação dos animais.

O Zoo é considerado um dos pontos turísticos mais importantes da cidade, mas está fechado desde 2005, já por determinação do Ibama, que, na época, solicitou novas melhorias na área, após apontar inadequação dos recintos dos animais.

Porém, mesmo aprovado por órgãos competentes, o projeto original “esqueceu” de atender às exigências do Ibama para a manutenção de animais silvestres.

Ampliação mais que triplicou número de recintos

Com a ampliação, o zoo passou de cinco para 17 recintos, numa área elevada de 6 mil metros quadrados para 18,7 mil metros quadrados.

O zoo foi inaugurado em 5 de junho de 1997. Atualmente, há 87 animais abrigados no local, em cinco recintos que contam com divisões internas para cada espécie, localizadas na parte inferior.

O custo da Prefeitura com alimentação dos bichos em 2013 foi de quase R$ 36 mil.

A reportagem procurou integrantes da administração municipal anterior, que foi responsável pelo projeto de reforma, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.