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Governo conclui que erro do IBGE na Pnad 2013 foi "acidental"

Do UOL, no Rio

12/11/2014 12h14

O Ministério da Casa Civil concluiu nesta terça-feira (11) a sindicância instaurada para investigar as falhas nos resultados da Pnad 2013 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada em setembro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o governo, os erros de cálculo ocorreram de forma "acidental".

"Não foi identificada qualquer intencionalidade ou relação do erro com desconhecimento técnico da equipe ou falta de condições adequadas de trabalho", informou o ministério.

Os erros nos cálculos do crescimento populacional de sete Estados brasileiros, com mais de uma região metropolitana, acabaram influenciando na medição nacional. O equívoco afetou diversos índices divulgados, como analfabetismo e o índice de Gini, que calcula o nível de desigualdade.

A comissão de sindicância recomendou ao IBGE que adote medidas visando ao aprimoramento do processo de trabalho de apuração dos dados e análise dos resultados das pesquisas feitas pelo instituto. "Com a conclusão das atividades e encaminhamento das recomendações, o processo será encerrado", concluiu o governo federal.

O IBGE assumiu publicamente ter errado nos cálculos da Pnad 2013 em 19 de setembro, um dia após a divulgação oficial da amostra. "Queremos pedir desculpa a toda sociedade brasileira", afirmou a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, na ocasião.

Dados alterados

O índice da desigualdade recuou em 2013 para 0,495 ante 0,496 em 2012. Inicialmente, o IBGE tinha informado que o índice havia subido para 0,498. Pelos critérios do indicador, quanto mais perto de zero menor é a desigualdade de um país. "Houve uma desconcentração, reduziu a desigualdade", disse Cimar Azeredo, coordenador da pesquisa.

Já a estimativa da renda do trabalho teve uma alta menor do que a apresentada na primeira versão e foi recalculada de 5,7% para 3,8%. O renda média, portanto, mudou de R$ 1.681 para R$ 1.651.

A taxa de desemprego não sofreu alteração e ficou em 6,5% no ano passado --acima do 6,1% de 2012. Mas, diferentemente dos dados originais, o aumento da população desocupada foi menor: 6,3% contra os 7,2% divulgados anteriormente.