Único meio de transporte, barco vira artigo raro em Rio Branco
A cheia histórica do rio Acre obriga os moradores de Rio Branco a usar o barco como meio de transporte. Por conta da grande demanda, o governo do Estado do Acre informou que faltam barcos para atender à população. Por conta disso, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros lançaram uma campanha nesta terça-feira (3) para tentar suprir os pedidos de deslocamento e remoção de material.
“Estamos com dificuldades de atender a todos os chamados de pessoas desabrigadas. Apelamos aos proprietários de barcos com motores que procurem o Corpo de Bombeiros, a fim de alugarmos esses equipamentos”, informou o coronel Cláudio Batista, coordenador da Defesa Civil Estadual, em entrevista à Agência Acre.
Às 10h desta terça-feira, o nível do rio chegou a 18,11 metros em Rio Branco, o que provocou alagamento em centenas de ruas da capital acriana. Já são 7.199 desabrigados e mais de 70 mil pessoas atingidas em toda a capital acriana. O número de imóveis afetados é de 14 mil.
Essa é maior cheia da história de Rio Branco. Até então, a maior enchente tinha sido registra em 1997, quando o nível chegou a 17,66 metros. A Defesa Civil informou que o nível do rio Acre continua subindo um centímetro a cada hora.
Servidores vão de barco ao trabalho
Segundo o governo do Estado, a situação obriga os servidores a irem trabalhar de barco, e muitos estão sendo buscados em caso.
Essa é a situação de acesso a locais como a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, o Hospital de Saúde Mental do Acre e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Baixada. Desde a segunda-feira (2), só é possível ter acesso aos prédios porque nenhum veículo pequeno consegue cruzar a rua.
Para receber os servidores, o diretor-administrativo do hospital de Saúde Mental, Jorge Humberto, disse o governo providenciou um barco para o transporte da equipe.
“Representantes da Força Nacional também estão vindo para dar suporte”, disse.
Mais problemas
Por causa da cheia, segunda e terça-feira foram decretados pontos facultativos para os servidores municipais. Apenas serviços essenciais estão em funcionamento. As aulas também estão suspensas esta semana.
Nesta terça-feira, o governo também anunciou o fechamento da quarta ponte e de todas as ruas que dão acesso à avenida Ceará, uma das principais vias de ligação com o centro da cidade.
Por medida de segurança, a prefeitura de Rio Branco também solicitou à Eletrobras o corte da energia elétrica no calçadão da rua Benjamin Constant, no Mercado Aziz Abucater, no Aureliano Cirilo e nas Pensões Raimundo de Melo, locais no centro da cidade. A água invadiu as lojas e o abastecimento estava trazendo risco à população.
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