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No RJ, cliente diz ter sido espancado em show na Lapa; polícia pede imagens

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

18/08/2015 11h50

O analista de sistemas Bruno Rodrigues de Aguiar, 30, afirmou ter sido espancado durante show do cantor Saulo na Fundição Progresso, popular casa de shows na Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro, na última sexta-feira (14), após discussão com funcionários da casa. Ele estava acompanhado da namorada, Danielle Morais Rodrigues, 36, que também teria sido agredida.

Ambos registraram boletim de ocorrência na 5ª DP (Gomes Freire), que abriu uma investigação de crime de lesão corporal e solicitou imagens do circuito interno para apurar a veracidade dos fatos. Eles também fizeram exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico-Legal), e o laudo deve ficar pronto nos próximos 15 dias.

Em nota, a Fundição informou que a versão apresentada pelo casal é mentirosa. A direção do estabelecimento classificou o comportamento de Aguiar como "antissocial, inadequado e criminoso".

Segundo Aguiar, a confusão teve início quando ele e a namorada foram informados que a cerveja do bar havia acabado, por volta das 3h. A Fundição utiliza sistema de tíquetes: os clientes compram as fichas e depois as trocam pela bebida. Como o casal já havia comprado certo número de bilhetes, o analista de sistemas exigiu a devolução do dinheiro.

Porém, a caixa do estabelecimento informou que o ressarcimento não seria possível, já que os valores eram promocionais. Um segundo funcionário, supostamente responsável pela gerência do bar, foi chamado para resolver o problema. Os dois discutiram e trocaram xingamentos.

"Ele contou a mesma história triste, que não tinha autorização para devolver o dinheiro. Então, eu falei que chamaria a polícia. Ele me xingou e eu também o xinguei. Peguei o telefone para acionar a polícia, mas ele pulou do bar e já me agrediu antes que eu conseguisse telefonar. Eu levei um soco na cabeça e, depois, ele veio na minha direção para sair me chutando. Eu também fui para cima dele, mas outras duas pessoas do bar estavam perto. Foi um ato covarde", afirmou.

Cotovelo machucado - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Danielle Morais Rodrigues mostra lesão no cotovelo. O ferimento foi provocado durante a confusão na Fundição Progresso, na última sexta-feira (14), segundo o casal
Imagem: Arquivo pessoal

"Quando eu me dei conta, estavam os três me batendo, com socos e chutes. Não tive chance de entender muito bem se algum deles estava tentando separar ou não. Em uma dessas pancadas, eu acabei caindo no chão e eles continuaram me chutando. Minha namorada tentou separar e acabou sobrando para ela também. Ela caiu no chão, perdeu o sapato, machucou o cotovelo. Foram alguns minutos de agressões até que os seguranças chegassem para separar", completou.

Procurada pela reportagem do UOL, a assessoria de imprensa da Fundição informou que, de acordo com o relato dos funcionários, as agressões teriam partido, na verdade, do cliente. Para o estabelecimento, "a situação narrada por Aguiar não corresponde à realidade dos fatos". A casa informou ainda ter tomado "as providências cabíveis, não somente para restabelecer a verdade, mas também para ser ressarcida dos prejuízos causados pelo cliente que apresentou um comportamento antissocial, inadequado e criminoso para com os empregados do estabelecimento."

Em relação ao estoque de cerveja e a venda de tíquetes, a Fundição informou ter agido "totalmente dentro dos limites impostos" e "amparada pela legislação em vigor". Não foram prestados esclarecimentos mais detalhados sobre a suposta disparidade entre o número de fichas vendidas e a quantidade real de cervejas estocadas no bar. Os personagens envolvidos na confusão, incluindo os funcionários denunciados por Aguiar, serão chamados para prestar depoimento na 5ª DP.