PM diz a estilista roubado que "roupas estranhas" são fáceis de encontrar
Carlos Eduardo Cherem
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte
08/10/2015 13h48Atualizada em 08/10/2015 15h24
Após ouvir de um policial militar, durante a elaboração de um Boletim de Ocorrência de um roubo à sua loja em Belo Horizonte, de que “como as roupas são bem estranhas, não vai ser difícil de reencontrá-las”, o estilista Ronaldo Fraga desabafou.
Nesta quinta-feira (8), as vitrines e a entrada da loja do estilista na rua Fernandes Tourinho, na Savassi, área nobre da capital mineira, amanheceu coberta por tapumes e com um cartaz protestando contra a insegurança no país.
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No cartaz, Fraga repete a frase que ouviu do policial militar e sua resposta: “Amiguinho, e quem disse que quero só roupas? Quero: saúde, educação, segurança e cultura”.
“E ver os bandidos públicos do municipal, estadual e federal, catando pulgas em ratos na cadeia.”
Desde sexta-feira (2) quando a loja do estilista foi arrombada, dezenas de peças roubadas e a vitrine quebrada, Fraga reclama da insegurança no país, por meio de vídeos e textos postados em redes sociais.
“Fiquei profundamente incomodado quando o policial me cobrou uma grade de proteção na vitrine. Se eu tiver que colocar uma grade, eu fecho a loja”, afirmou Fraga em vídeo.
40 peças roubadas, estimadas em R$ 60 mil
“Quebraram o vidro com algo forte, entraram se arrastando para o alarme não tocar e levaram araras inteiras, roubaram as roupas mais caras”, disse numa postagem em rede social.
A ação dos criminosos foi registrada pelo circuito de segurança da loja. Para entrarem no local, os criminosos, que tinham os rostos cobertos por lenços, quebraram a vitrine, que lhes possibilitou acesso à loja.
Entre a tristeza e a revolta, mando meu melhor abraço ao amigo-irmão Ronaldo Fraga e a querida Ivana Neves.
A.
Posted by Afonso Borges on Sexta, 2 de outubro de 2015
Foram levadas cerca de 40 peças do estilista, estimada por Fraga em R$ 60 mil. Segundo ele, foi a terceira vez que a loja foi arrombada.
“Não foi a primeira vez. E no ritmo que as coisas estão, provavelmente não será a última. Fico triste com a violência, com o prejuízo. Mas arrasado mesmo estou é com o momento em que o Brasil está”, afirmou noutra postagem.
“Nau sem rumo envolta num mar de lama em que quem padece é quem trabalha e produz”.
O major PM Cintra, do 1º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento da região da loja do estilista, disse que não iria comentar o caso.