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Há 11 anos, peregrinos percorrem 170 km a pé até a Basílica de Aparecida

Os romeiros se encontraram na quarta-feira (7) na entrada do município de Estiva (MG), e chegarão à Basílica, em Aparecida, na tarde de sábado (10) - Arquivo pessoal
Os romeiros se encontraram na quarta-feira (7) na entrada do município de Estiva (MG), e chegarão à Basílica, em Aparecida, na tarde de sábado (10) Imagem: Arquivo pessoal

Fabiana Marchezi

Colaboração para o UOL, em Campinas

09/10/2015 06h00

Devoto de Nossa Senhora Aparecida, um grupo de 32 fiéis de São Paulo e São Caetano dos Sul faz, há 11 anos, uma peregrinação em homenagem à Padroeira do Brasil. Neste ano, o Santuário Nacional de Aparecida espera receber cerca de 400 mil fiéis durante o feriado prolongado da padroeira. 

Os romeiros se encontraram na quarta-feira (7) por volta das 6h, na rodovia Fernão Dias, na entrada do município de Estiva, em Minas Gerais --onde começa um dos trechos da rota da fé-- e chegarão à Basílica, em Aparecida, interior de São Paulo, na tarde de sábado (10). 

Após oito horas de caminhada e cerca de 40 quilômetros percorridos, por volta das 19h, a primeira parada ocorreu em Paraisópolis, ainda em Minas Gerais. O descanso dos romeiros, em uma pousada da cidade, durou apenas algumas horas. Às 6h de quinta-feira (8), eles partiram novamente pelo caminho da fé rumo à Basílica.    

O desenhista Alberto Primo Codello, 52, conta que a gratidão pela vida foi o que o motivou a percorrer cerca de 174 quilômetros a pé pelo sexto ano consecutivo.

“É cansativo, o sol queima, os pés doem, o corpo reclama, mas o sentimento ao avistar a Basílica é indescritível. É uma emoção muito forte, de tirar o fôlego e fazer chorar. Nessa hora, você percebe que todo o esforço valeu a pena”, comentou Codello.

Já para o empresário Daniel Vilardi, 32, que acompanha o pai na peregrinação pela segunda vez, todos os esforços físicos e mentais valem a pena.

“A chegada é só a conquista, mas o aprendizado ao longo do percurso é a recompensa que você leva pra vida. Poder ouvir, ser ouvido, ajudar e ser ajudado com certeza é a melhor parte”, disse. Segundo ele, o aprendizado é tanto que o cansaço, as dores no corpo, bolhas, calos e cãibras não importam.

Uma van de apoio segue com o grupo para qualquer emergência, carregando muita água, bananas e castanhas para os peregrinos. Cada um carrega o que pode na mochila, mas o essencial não pode faltar: protetor solar, remédio para as dores, esparadrapo, chapéu ou boné, uma roupa confortável e um calçado resistente.

Uma camiseta especial foi confeccionada para identificar os membros do grupo. Neste ano, o grupo reúne peregrinos com idades entre 16 e 64 anos. “Todos são movidos pela fé e pela gratidão”, comentou Codello. O grupo deve retornar de van para São Paulo e São Caetano já na noite de sábado. “Vamos chegar, agradecer, passar algumas horas e retornar para nossos lares”, afirmou Codello.