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São Paulo tem quatro protestos contra aumento da tarifa do transporte

Do UOL, em São Paulo

19/01/2016 19h04Atualizada em 19/01/2016 23h37

Manifestantes fizeram protestos contra o aumento do transporte público coletivo em quatro pontos da cidade de São Paulo nesta terça-feira (19). Uma das mobilizações, convocada pelo Movimento Passe Livre (MPL), começou no cruzamento das avenidas Faria Lima e Rebouças, que foram bloqueadas por volta das 17h30.

O grupo se dividiu em dois atos: um seguiu até a Prefeitura e outro até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. As passeatas acabaram por volta das 21h30, sem incidentes de violência. 

"O governo do Estado e a prefeitura deveriam assumir que não baixar as tarifas é defender o lucro dos empresários. Uma auditoria já feita sobre o sistema de transporte em ônibus mostra que o lucro dos empresários está acima da média. A nossa estratégia é não sair da rua enquanto a tarifa não cair", disse Erica de Oliveira, do MPL.

Por volta das 19h, dois jovens foram detidos na avenida Faria Lima e levados para o 14° Distrito Policial. Segundo a PM, os jovens levavam martelo e faca. De acordo com o coletivo Advogados Ativistas, eles foram liberados.

Três detidos no Centro

Após a dispersão do protesto que terminou na Prefeitura, a Polícia Militar deteve três pessoas por atear fogo em sacos de lixo na região das ruas 7 de Abril e Marconi, entre as estações República e Anhangabaú do metrô. A PM disparou ao menos uma bomba de gás lacrimôgenio para dispersar manifestantes. 

Pouco antes, com o protesto já disperso, a estação República do metrô foi fechada para embarque, irritando quem tentava entrar. Policiais com escudos escoltavam quem deixava a estação e impediam o acesso às escadas que levam às plataformas.

Na zona sul e na zona leste

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Frente do Povo sem Medo também se manifestam contra o aumento da tarifa em mais dois pontos da cidade: no metrô Capão Redondo, zona sul da cidade, e no metrô Itaquera, zona leste. 

Eles divulgaram que foram às ruas "por entenderem que o aumento da passagem não responde aos anseios de um transporte digno para a maioria da população e ao mesmo tempo em que tarifa mais alta significa menos comida na mesa do trabalhador da periferia". A Secretaria de Segurança Pública (SSP) foi informada das manifestações organizadas pelo MTST ontem (18) à noite.

Este é 4º grande protesto contra o reajuste das tarifas de ônibus, metrô e trem em São Paulo, que entrou em vigor no último dia 9. O bilhete unitário passou de R$ 3,50 para 3,80, um aumento percentual de 8,67%.
 
O Ministério Público promoveu na segunda-feira (18) uma reunião entre representantes do MPL e da SSP (Secretaria da Segurança Pública). Mais uma vez, o movimento decidiu não informar as autoridades oficialmente e decidiu divulgar os trajetos pelo Facebook.
 
No primeiro grande protesto da sexta-feira (8) houve confronto entre black-blocs e policiais militares. O segundo, da terça-feira (12), foi marcado por cenas de repressão policial. Já na última de quinta-feira (14), não houve violência durante as duas passeatas realizadas no centro e na zona oeste da capital paulista. O principal caso de tumulto foi registrado apenas após o fim do protesto já na dispersão da passeata da avenida Paulista, quando oito pessoas foram presas sob acusação de vandalismo na estação do metrô Consolação.
 
* Com informações da Agência Brasil