Após quase 5 meses, atingidos por lama em MG receberão dinheiro de doações
Rayder Bragon
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte
30/03/2016 11h22
Após quase cinco meses, os moradores de distritos de Mariana (MG) atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da mineradora Samarco, vão receber o dinheiro arrecadado pela prefeitura da cidade por meio de doações.
No dia 5 de novembro do ano passado, a estrutura ruiu, e um mar de lama destruiu comunidades, matou 19 pessoas e poluiu o rio Doce até a sua foz, no Estado do Espírito Santo. A tragédia foi considerada o maior desastre ambiental do país.
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Segundo a Prefeitura de Mariana, uma sessão pública a ser realizada nesta quinta-feira (31), em centro de convenções da cidade, vai marcar o repasse de R$ 2.614,38, em cheque, a cada uma das famílias com direito ao valor. Neste primeiro momento, R$ 800 mil serão distribuídos entre os atingidos. O valor foi acordado mediante um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta entre a administração loca e o MPE (Ministério Público Estadual) de Minas Gerais.
Em uma segunda fase, ainda sem data prevista, o restante do recurso doado será distribuído entre os que têm direito e, por algum motivo, não receberam nessa primeira etapa. Ao todo, foi arrecadado pouco mais de R$ 1,1 milhão, divididos em três contas abertas pela prefeitura.
Segundo o MP, a liberação do dinheiro estava prevista para ocorrer a partir do dia 23 deste mês, mas um pedido de vista a uma lei municipal para autorizar o repasse, já que os recursos ingressaram nos cofres públicos da cidade, impediu a entrega do dinheiro nessa data. Na última segunda-feira (28), os vereadores do município aprovaram a lei.
Mudança
O dinheiro doado sofreu mudanças na sua destinação. Em um primeiro momento, havia ficado decidido que o montante seria usado para custear os estudos de aproximadamente 300 crianças e adolescentes dos distritos atingidos pela lama.
A decisão foi tomada após deliberação de conselho formado por representantes dos atingidos, da Arquidiocese de Mariana e da seção local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), além de integrantes da administração municipal. Posteriormente, o conselho definiu que o dinheiro seria repartido entre as famílias atingidas.