Operação policial liberta 25 trabalhadores em fazenda no Piauí
Aliny Gama
Colaboração para o UOL, em Maceió
24/08/2016 23h23
Vinte e cinco trabalhadores foram resgatados em uma fazenda no município de São Francisco de Assis do Piauí, região sul do Estado, nesta quarta-feira (24). Segundo o Ministério Público do Trabalho, eles estavam submetidos a condições análogas à de escravos.
Os operários trabalhavam na extração de madeira usando motosserras sem EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). Os operários dormiam ao relento e nenhum deles tinha carteira assinada.
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O resgate dos trabalhadores ocorreu em uma operação em conjunto entre a PRF (Polícia Rodoviária Federal), Ministério Público do Trabalho e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Segundo a PRF, os trabalhadores não tinham alojamento e dormiam ao relento na mata usando redes amarradas às árvores. O local também não dispunha de energia elétrica, banheiro e nem cozinha. No local havia um fogão à lenha construído em alvenaria e duas panelas. Também não havia espaço adequado para os operários se alimentarem.
Oito motosserras sem documentos para funcionamento foram apreendidas. Os trabalhadores informaram que pagavam pelo aluguel dos equipamentos o valor de R$ 250,00 por semana e R$ 80,00 pelo combustível para utilizá-las. O valor era descontado pelo dono da fazenda e eles conseguiram pouco menos de R$ 500,00 ao final do mês.
“Foi determinada a interrupção das atividades imediatamente e os trabalhadores retirados do local”, informou a PRF do Piauí em nota, destacando que descobriu o caso ao averiguar uma denúncia anônima sobre desmatamento ilegal..
O proprietário da fazenda, que não teve o nome divulgado, foi notificado e, segundo a polícia, ele se comprometeu de comparecer à sede da PRF no município de Floriano, onde prestará esclarecimentos aos fiscais do trabalho.
O MPT informou que vai tomar todas as providências para garantir o cumprimento dos direitos dos trabalhadores, inclusive o pagamento de indenizações cabíveis e benefícios não pagos pelo proprietário da fazenda.