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"Do nada, tiraram sua vida", diz amiga de preso morto em Roraima

Corpo de um dos presidiários mortos na penitenciária de Roraima é levado para sepultamento no Cemitério Campo da Saudade, em Boa Vista - Luan Santos/UOL
Corpo de um dos presidiários mortos na penitenciária de Roraima é levado para sepultamento no Cemitério Campo da Saudade, em Boa Vista Imagem: Luan Santos/UOL

Luan Santos

Colaboração para o UOL em Boa Vista

09/01/2017 22h28

Após 16 funerais realizados no final de semana, outros 12 corpos de presos mortos na semana passada, no massacre da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima, foram sepultados nesta segunda-feira (09).

Um deles era Jaime, de 33 anos, que cumpria pena em regime fechado. Cerca de 20 pessoas despediram-se do ex-presidiário nesta tarde, no Cemitério Campo da Saudade, em Boa Vista. Ele foi um dos 33 detentos que morreram na sexta-feira, na segunda maior chacina de 2017 em presídios. 

Simone, a mulher de Jaime, manteve-se ao lado do caixão durante todo o funeral, calada. Ela e outros familiares não quiseram conversar com a imprensa. Mariana Costa, porém, lamentou pela morte do amigo.

"Uma notícia que pegou a gente de surpresa. Ele estava cumprindo sua pena e do nada tiraram sua vida de uma forma tão violenta. Faltou mais segurança naquele lugar", disse ela.

No momento do sepultamento, os presentes se deram as mãos em torno do caixão e fizeram uma oração.

Governo diz que presos morreram por negarem fazer parte de facção

Em coletiva nesta segunda (09) o secretário de Justiça e Cidadania de Roraima (Sejuc) os detentos foram mortos porque se recusaram fazer parte do Primeiro Comando (PCC). "Não foi um acerto de contas, não foi uma vingança. O nosso serviço de inteligência está detectando possivelmente uma represália a presos que não queriam aderir à facção deles", declarou. Até o momento, nenhum suspeito de participar do massacre foi identificado.

Castro também falou sobre a segurança pós-chacina. "Em todos os presídios do Brasil há tensão, por isso reforçamos o policiamento em todas as unidades em Roraima. Além disso, o Governo está oferecendo acompanhamento psicológico para os parentes das vítimas” finalizou.