"Não é caso de polícia", diz Lula sobre prisão de líder do MTST
Do UOL, em São Paulo
17/01/2017 14h36
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou sua solidariedade ao coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Guilherme Boulos, preso na manhã desta terça-feira (17).
Boulos foi detido durante uma ação de reintegração de posse feita pela Polícia Militar em um terreno em São Mateus, na zona leste de São Paulo, por “incitação à violência e desobediência”, segundo a PM (Polícia Militar).
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“A luta para que todos tenham direito a uma moradia digna é parte da construção de um Brasil melhor e mais justo. É preciso muito diálogo, investimento em moradia e políticas públicas. Não é caso de polícia”, declarou Lula em sua página no Facebook.
Também por meio de sua página no Facebook, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) considerou a prisão de Boulos "inaceitável".
"A prisão do líder do MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, Guilherme Boulos, é inaceitável. Os movimentos sociais devem ter garantidos a liberdade e os direitos sociais, claramente expressos na nossa Constituição cidadã, especialmente, o direito à livre manifestação", declarou.
"Prender Guilherme Boulos, quando defendia um desfecho favorável às famílias da Vila Colonial em São Paulo, evidencia um forte retrocesso. Mostra a opção por um caminho que fere nossa democracia e criminaliza a defesa dos direitos sociais do nosso povo", acrescentou.
Reintegração de posse
Em nota divulgada sobre o ocorrido, a PM informou que atendeu o pedido para apoiar os oficiais de Justiça no cumprimento da reintegração de posse e que, após tentativa frustrada de negociação dos oficiais com as famílias, os moradores resistiram à reintegração de posse com pedras, tijolos, rojões e barricadas com fogo.
Segundo informações da Polícia Civil, dois integrantes do MTST, Guilherme Boulos e José Ferreira Lima, foram detidos e encaminhados ao 49º DP (São Mateus).
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo repetiu --também em nota-- as informações repassadas pela Polícia Militar e destacou que a PM agiu para garantir o cumprimento da ordem judicial. Além disso, afirmou que a dupla foi detida acusada por participar de ataques com rojão contra a PM.