Governo alega problemas financeiros e anistia ilegal e recusa acordo com PMs
Daniela Garcia
Do UOL, em São Paulo
13/02/2017 22h29
O governo do Espírito Santo recusou na noite desta segunda-feira (13) fazer acordo com familiares dos policiais militares em paralisação há 10 dias.
Membros da Comissão Permanente de Negociação rejeitaram as propostas de anistia aos PMs e de conceder benefícios financeiros, tais como auxílios de alimentação e para compra de fardas.
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Apesar de os familiares desistirem do reajuste de 43% dos salários, o governo de Paulo Hartung alega que a pauta apresentada nesta segunda teria "impacto" no orçamento estadual e rejeitou todas as cinco propostas feitas pelas entidades.
Inicialmente, os familiares dos policiais e os militares que participam do movimento pediam reajuste salarial de 43%, o que, segundo eles, equivale às perdas sofridas pelos últimos anos em que a categoria não obteve nenhum reajuste. O governo, no entanto, se recusou a negociar o aumento.
No texto, dirigido ao governador Paulo Hartung, o movimento disse reconhecer "as condições econômicas limitadas do governo estadual" e a crise nacional e promete desobstruir todas as entradas dos batalhões já às 0h desta terça (14) caso as condições fossem atendidas.
Entenda a crise no ES
Desde o início da paralisação dos policiais, no dia 4, quando familiares de PMs passaram a bloquear a entrada e a saída dos batalhões, mais de 140 homicídios foram registrados no Espírito Santo, segundo números não oficiais, do Sindipol-ES (Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo). Apenas na última segunda-feira, foram 40 mortes, ainda de acordo com o sindicato.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 1.192 PMs atenderam ao chamado operacional e foram trabalhar na manhã de hoje, 317 a mais do que foi registrado no mesmo período no domingo. Esse número representa cerca de 12% dos 10 mil policiais que integram o efetivo da Polícia Militar capixaba.
Além dos 1,1 mil PMs, a segurança no Estado é feita também por cerca de 3 mil militares e agentes da Força Nacional de Segurança, que estão em território capixaba desde o início da semana passada, quando o motim de policiais agravou a falta de segurança no Espírito Santo.
Nesta segunda, os capixabas tentam voltar à rotina. Além dos ônibus, as escolas e repartições públicas também retomaram as atividades.