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PM prepara barreira para impedir que protestos desta 6ª cheguem ao Congresso e Planalto

27.abr.2017 - Soldados da Guarda Presidencial fazem a segurança no Palácio do Planalto na véspera da greve geral - Valter Campanato/Agência Brasil
27.abr.2017 - Soldados da Guarda Presidencial fazem a segurança no Palácio do Planalto na véspera da greve geral Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

27/04/2017 18h00Atualizada em 27/04/2017 19h52

A Polícia Militar do Distrito Federal prepara um cordão de isolamento para impedir que os manifestantes do protesto previsto para esta sexta-feira (28) se aproximem do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.

Uma greve geral em todo o país foi convocada para esta sexta-feira, em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência. Movimentos sociais, sindicatos e partidos de oposição afirmam que os projetos retiram direitos dos trabalhadores. Já o governo do presidente Michel Temer (PMDB) defende as medidas como forma de estimular a geração de empregos e melhorar as contas públicas.

A reforma trabalhista foi aprovada nesta quarta-feira (26) pela Câmara dos Deputados, mas o texto da Previdência ainda não foi votado. O Senado ainda deverá analisar os dois projetos.

A barreira policial será posicionada na Alameda dos Estados, via que liga as duas avenidas da Esplanada, e fica na altura dos ministérios mais próximos do Congresso, o da Justiça e das Relações Exteriores (Itamaraty).

A medida foi anunciada esta quinta-feira (27) pela SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal), ao divulgar as medidas de segurança que serão adotadas nos atos de amanhã.

Manifestações organizadas anteriormente na Esplanada puderam chegar a até próximo do Congresso, sem repressão da polícia. Por exemplo, o ato contra a corrupção de 4 de dezembro do ano passado. 

Na semana passada, um protesto de associações de policiais contra a reforma da previdência pode avançar até o gramado em frente ao Congresso Nacional, onde há o espelho d’água, e só foi barrado ao tentar entrar na Câmara dos Deputados, quando houve confronto com a Polícia Legislativa, força de segurança do Congresso. Os policiais também instalaram cruzes na área do gramado em frente ao Congresso.

A reportagem do UOL perguntou à SSP-DF os motivos da barreira à manifestação. A SSP-DF informou que a medida já foi adotada em outras grandes manifestações no passado, como a votação do processo de impeachment. 

"A Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social (SSP) informa que a área do gramado em frente ao Congresso Nacional foi delimitada para atuação das forças de segurança, caso necessário, como já adotado em manifestações passadas, a exemplo da votação do processo de impeachment no ano passado", diz nota enviada pela SSP.

Para os atos desta sexta-feira, a polícia também vai interditar o trânsito na Esplanada dos Ministérios a partir da meia-noite de hoje. O estacionamento na região também será restringido.

A secretaria disse esperar cerca de 10 mil manifestantes nos atos, convocados em oposição às reformas da Previdência e trabalhista, defendidas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB).

A Polícia Militar também vai revistar manifestantes que comparecerem aos atos. Pontos de revista serão instalados na altura da Catedral de Brasília. Unidades especializadas da PM também atuarão no protesto, como o Batalhão de Choque e a Cavalaria.

Força Nacional de Segurança

Nesta quinta-feira, agentes da Força Nacional de Segurança Pública, subordinada ao governo federal, realizaram um treinamento no prédio do Ministério da Justiça em Brasília, localizado na Esplanada, região por onde deve passar a manifestação de amanhã.

Segundo informou o ministério, a Força Nacional realizou o treinamento para um protocolo de proteção ao prédio do ministério. Na ação foram usadas equipamentos de proteção, como capacetes, coletes e tornozeleiras, e também foram manuseadas bombas de gás lacrimogêneo.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) publicou em sua página no Facebook fotografias que seriam do treinamento da Força Nacional, e criticou o ato. “Talvez estejam entendendo errado: faremos GREVE Geral, e não GUERRA Geral. Desnecessário qualquer represália”, escreveu a senadora em sua página na rede social.

A reportagem do UOL perguntou ao Ministério da Justiça e ao Governo do Distrito Federal se a Força Nacional de Segurança vai atuar nas manifestações desta sexta-feira, mas ainda não obteve resposta.

Segundo o governo do Distrito Federal, a atuação da Força Nacional é possível apenas por meio de solicitação direta do governador, o que não foi feito para os protestos desta sexta-feira.

“Em Brasília, a Força Nacional de Segurança só atua se houver pedido expresso do governador, o que não foi feito. Na Esplanada dos Ministérios, a Força Nacional pode atuar na proteção preventiva dos prédios do governo federal, desde que tenha pedido expresso dos ministros”, afirmou a Secretaria de Comunicação do Governo do Distrito Federal, em nota enviada à reportagem do UOL.

O Ministério da Justiça não informou qual a atuação prevista para a Força Nacional nos protestos de amanhã, como, por exemplo, se os agentes farão a segurança dos prédios da Esplanada dos Ministérios, por onde deve passar a manifestação em direção ao Congresso Nacional.