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Em 14 dias, PM "justiceiro" é condenado pela 2ª vez por homicídio em SP

Eduardo Miquelino é investigado por nove assassinatos ocorridos entre 2014 e 2015 no Capão Redondo, zona sul de SP, diz TJM Imagem: Reprodução/TJ

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

23/08/2017 09h41Atualizada em 24/08/2017 08h24

Na segunda condenação pela Justiça de São Paulo em duas semanas, o policial militar Eduardo Alexandre Miquelino foi considerado culpado de matar uma pessoa em 2015. Ele é apontado pelo MP (Ministério Público) como "justiceiro" e é investigado de ter participação em outros sete assassinatos ocorridos em 2015 no Capão Redondo, zona sul da capital paulista.

Ao todo, o PM é investigado por nove crimes, sendo que já foi julgado e condenado por dois deles. De acordo com a Promotoria, Miquelino, conhecido no bairro como "tartaruga", tinha como objetivo "limpar o bairro onde vivia", matando ou expulsando suspeitos de estarem envolvidos com a criminalidade na região.

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A segunda condenação, proferida no dia 21, se refere a um homicídio cometido em 25 de setembro de 2015 contra Adam de Aguiar Santana. Na sentença, a juíza Patrícia Inigo Funes e Silva condenou Miquelino a 14 anos de prisão em regime fechado e também determinou a perda do cargo público do policial e que ele não poderá recorrer em liberdade. Ela pontuou que o crime foi por motivo torpe e que Miquelino "dificultou a defesa da vítima".

O mesmo argumento foi usado na primeira sentença, também de 14 anos de prisão, por um homicídio cometido em 2014. A primeira condenação, revelada pelo UOL e ocorrida no dia 7, foi pela morte de Jose Carlos Cotrim da Silva em dezembro de 2014, na véspera do Natal daquele ano

De acordo com o promotor de Justiça Flávio Farinazzo Lorza, Miquelino era conhecido como "justiceiro" no Capão Redondo. Segundo o TJM (Tribunal de Justiça Militar), Miquelino é investigado por nove homicídios ocorridos entre dezembro de 2014 e setembro de 2015: foram uma vítima em dezembro de 2014, duas vítimas em abril de 2015, uma em maio, três em julho e duas em setembro do ano retrasado.

O PM está preso, preventivamente, no presídio Militar Romão Gomes, destinado a policiais militares, na zona norte da capital. A reportagem do UOL entrou em contato com uma advogada de Miquelino. Ela informou que ela não fala sobre o assunto e disse que repassaria o pedido de entrevista com a defesa ao advogado responsável. Até a publicação desta reportagem, a defesa não retornou.

Procurada, a SSP (Secretara da Segurança Pública) informou que "não comenta decisões judiciais". "Sobre a situação de Eduardo Alexandre Miquelino, a Corregedoria da Polícia Militar informa que o acusado está preso preventivamente desde 2015, no Presídio Romão Gomes e responde a um processo administrativo, que pode resultar em sua demissão", afirmou, em nota.

"Cabe destacar que a Equipe A Sul da 1ª Delegacia da Divisão de Homicídios, do DHPP, indiciou o acusado pelo homicídio qualificado de Adam de Aguiar Santana, Leonides Blenait Batistão, Mayk Alencar Cruz e Claudinei da Silva Santos", complementou a pasta. 

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