Topo

Interventor militar do Rio coordenou segurança na Olimpíada e ação em crise policial no ES

General Walter Souza Braga Netto durante assinatura do decreto de intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - Fátima Meira/Estadão Conteúdo
General Walter Souza Braga Netto durante assinatura do decreto de intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) Imagem: Fátima Meira/Estadão Conteúdo

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

16/02/2018 11h32Atualizada em 16/02/2018 16h20

O homem que estará à frente da segurança pública do Rio de Janeiro, o general Walter Souza Braga Netto, anunciado nesta sexta-feira (16) como o interventor federal no Estado, é considerado um nome forte de liderança dentro do Exército.

Natural de Belo Horizonte (MG) e integrante do CML (Comando Militar do Leste), no Rio, ele esteve à frente na organização de duas ações militares de segurança nacional, entre 2016 e 2017: Olimpíada e crise de segurança no Espírito Santo.

Em 2016, durante a Olimpíada do Rio, ele foi nomeado um dos comandantes da segurança, atuando como coordenador-geral da Assessoria Especial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do CML. O papel dele na operação foi visto com bons olhos dentro do Exército.

Veja também

Em fevereiro do ano passado, quando parentes de policiais militares do Espírito Santo acamparam em frente aos batalhões, impedindo a saída dos agentes de segurança, em protesto por melhores condições de trabalho, o Estado viveu um crise na segurança pública, com aumento nos índices locais da criminalidade.

Braga Netto novamente foi uma das lideranças do que integrou a ação que envolveu as Forças Armadas. Com ele à frente, foi realizado um reforço na segurança em municípios do Estado, após análises estatísticas, com apoio do Ministério da Defesa, de onde estava começando a destoar o número de crimes.

A intervenção na Segurança Pública do Rio vai reduzir a violência no Estado?

Resultado parcial

Total de 100673 votos
65,32%
34,68%

Valide seu voto

Ao longo de sua carreira, o general comandou o 1º Regimento de Carros de Combate e foi chefe do Estado-Maior da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada e do Comando Militar do Oeste. Antes do CML. Braga Netto foi o comandante da 1ª Região Militar.

Braga Netto tem 23 condecorações nacionais e quatro estrangeiras, segundo informações publicadas no Portal do Ministério da Defesa. O general assumiu o CML em setembro de 2016, quando substituiu o general Fernando Azevedo e Silva.

No CML, ele coordena e executa as atividades administrativas e logísticas do Exército no Rio, em Minas Gerais e no Espírito Santo. Ao todo, são cerca de 50 mil militares, o que representa 24% do efetivo da força terrestre.

Em nota, o Comando Militar do Leste informou que o general Braga Netto foi convocado pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, para uma reunião em Brasília na manhã desta sexta (16).

Decisão tomada na madrugada

O presidente Michel Temer (MDB) decidiu decretar intervenção na Segurança Pública do Rio na madrugada desta sexta-feira (16), após reunião feita com os ministros da Defesa, Raul Jungmann, do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, da Fazenda, Henrique Meirelles, do Planejamento, Dyogo Oliveira, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, na noite de quinta (15).

O encontro contou ainda com a participação do governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Os últimos detalhes do texto do decreto devem ser definidos nesta sexta (16).

Com a decisão, as Forças Armadas assumirão as atividades de segurança do Estado. Na prática, o Rio terá dois governadores, sendo que o general Braga Netto será o responsável pela segurança do Estado. A ideia do governo é que a ação dure até dezembro deste ano. É necessária a aprovação do decreto pelo Congresso Nacional em um prazo de dez dias, conforme a Constituição Federal.

É a primeira intervenção do tipo desde a aprovação da Constituição de 1988.