Interventor militar do Rio coordenou segurança na Olimpíada e ação em crise policial no ES
O homem que estará à frente da segurança pública do Rio de Janeiro, o general Walter Souza Braga Netto, anunciado nesta sexta-feira (16) como o interventor federal no Estado, é considerado um nome forte de liderança dentro do Exército.
Natural de Belo Horizonte (MG) e integrante do CML (Comando Militar do Leste), no Rio, ele esteve à frente na organização de duas ações militares de segurança nacional, entre 2016 e 2017: Olimpíada e crise de segurança no Espírito Santo.
Em 2016, durante a Olimpíada do Rio, ele foi nomeado um dos comandantes da segurança, atuando como coordenador-geral da Assessoria Especial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do CML. O papel dele na operação foi visto com bons olhos dentro do Exército.
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Em fevereiro do ano passado, quando parentes de policiais militares do Espírito Santo acamparam em frente aos batalhões, impedindo a saída dos agentes de segurança, em protesto por melhores condições de trabalho, o Estado viveu um crise na segurança pública, com aumento nos índices locais da criminalidade.
Braga Netto novamente foi uma das lideranças do que integrou a ação que envolveu as Forças Armadas. Com ele à frente, foi realizado um reforço na segurança em municípios do Estado, após análises estatísticas, com apoio do Ministério da Defesa, de onde estava começando a destoar o número de crimes.
A intervenção na Segurança Pública do Rio vai reduzir a violência no Estado?
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Ao longo de sua carreira, o general comandou o 1º Regimento de Carros de Combate e foi chefe do Estado-Maior da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada e do Comando Militar do Oeste. Antes do CML. Braga Netto foi o comandante da 1ª Região Militar.
Braga Netto tem 23 condecorações nacionais e quatro estrangeiras, segundo informações publicadas no Portal do Ministério da Defesa. O general assumiu o CML em setembro de 2016, quando substituiu o general Fernando Azevedo e Silva.
No CML, ele coordena e executa as atividades administrativas e logísticas do Exército no Rio, em Minas Gerais e no Espírito Santo. Ao todo, são cerca de 50 mil militares, o que representa 24% do efetivo da força terrestre.
Em nota, o Comando Militar do Leste informou que o general Braga Netto foi convocado pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, para uma reunião em Brasília na manhã desta sexta (16).
Decisão tomada na madrugada
O presidente Michel Temer (MDB) decidiu decretar intervenção na Segurança Pública do Rio na madrugada desta sexta-feira (16), após reunião feita com os ministros da Defesa, Raul Jungmann, do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, da Fazenda, Henrique Meirelles, do Planejamento, Dyogo Oliveira, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, na noite de quinta (15).
O encontro contou ainda com a participação do governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Os últimos detalhes do texto do decreto devem ser definidos nesta sexta (16).
Com a decisão, as Forças Armadas assumirão as atividades de segurança do Estado. Na prática, o Rio terá dois governadores, sendo que o general Braga Netto será o responsável pela segurança do Estado. A ideia do governo é que a ação dure até dezembro deste ano. É necessária a aprovação do decreto pelo Congresso Nacional em um prazo de dez dias, conforme a Constituição Federal.
É a primeira intervenção do tipo desde a aprovação da Constituição de 1988.
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