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"Ninguém da equipe de Sérgio Cabral", diz Torquato sobre escolha de ministro da Segurança

Almirante Alexandre Mora (à esq.) e ministro da Justiça Torquato Jardim (à dir) - UOL
Almirante Alexandre Mora (à esq.) e ministro da Justiça Torquato Jardim (à dir) Imagem: UOL

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

19/02/2018 04h00

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou neste domingo (18) que, por recomendação dele, o Ministério Extraordinário da Segurança Pública não será comandado por ninguém que tenha integrado a equipe do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB), preso desde 2016 sob acusação de crimes de corrupção.

A criação da pasta foi anunciada publicamente pelo presidente Michel Temer (MDB) neste sábado (17), após reunião sobre a intervenção federal na segurança pública do Rio, na sede do Palácio Guanabara, sede do governo estadual.

Secretário de Segurança Pública do Rio na gestão de Cabral e de seu sucessor, o governador Luiz Fernando Pezão (MDB), entre 2007 e 2016, José Mariano Beltrame é cotado nos bastidores do Palácio do Planalto para assumir o novo ministério.

A declaração de Torquato foi feita imediatamente após a menção do nome do ex-secretário. “[Não vai ser] ninguém da equipe de Sérgio Cabral, né? É recomendação minha”, disse à reportagem do UOL. Ele afirmou ainda que tem participado das conversas para a escolha do futuro integrante da Esplanada dos Ministérios.

Antes, em entrevista coletiva, ele traçou o perfil ideal para quem deverá comandar o ministério extraordinário, dizendo que o escolhido deve ter vasta experiência na área e com reconhecida interlocução política, com o Congresso Nacional e com os governadores estaduais.

Com a criação da nova pasta, o atual Ministério da Justiça e Segurança Pública perderá parte de suas atribuições, dentre elas o controle sobre a Polícia Federal. “É apenas uma questão operacional. [Não há] nenhum outro problema”, declarou o ministro.

Questionado sobre o esvaziamento de suas funções, Torquato negou qualquer desconforto com a decisão, dizendo que se tratava de uma “conversa antiga”.

“Ele agora anunciou oficialmente, estamos concluindo os documentos e a divisão de tarefas necessários para os dois ministérios, e é questão de mais alguns dias”, afirmou, listando órgãos como a Funai (Fundação Nacional do Índio) e a Secretaria Nacional de Justiça, que continuarão sob o seu comando.