"Vale faz pouco caso dos animais", diz Luisa Mell sobre ações em Brumadinho
Marcela Leite
Do UOL, em São Paulo
29/01/2019 04h01Atualizada em 03/02/2019 19h31
Animais também estão entre as vítimas do rompimento de uma barragem em Brumadinho na última sexta-feira (25), na região metropolitana de Belo Horizonte. Para a ativista da causa animal Luisa Mell, "a Vale faz pouco caso dos bichos" e atrapalha o trabalho das ONGs.
De acordo com a empresa, uma força-tarefa formada por veterinários, biólogos e voluntários já resgatou 26 animais domésticos desde sexta-feira. Mas a ativista, que foi para Brumadinho nesta segunda-feira (28), diz que o trabalho da Vale não é suficiente. Os "profissionais [da mineradora] estão perdidos", disse ela ao UOL.
"Está bem mais complicado trabalhar aqui do que em Mariana. A gente não conseguiu entrar em lugares que tinham bichos resgatados, mesmo estando junto com os bombeiros", afirma.
"Ninguém aqui é louco, ninguém quer morrer, a gente só não tem frescura de se sujar, de enfrentar desafios para conseguir. Se o bombeiro está junto e falou 'tudo bem', não deveria ter problema", diz.
Nesta segunda, o Instituto Luisa Mell tentava resgatar um boi ilhado. A ativista explicou que a equipe alimentou o animal e deu água para que ele pudesse resistir enquanto tapumes comprados pela ONG chegam a Brumadinho - a expectativa é que isso aconteça na terça-feira (29).
"Disseram [a Vale] que amanhã vão ver se vão ajudar a resgatar o boi. É muito difícil sem estrutura nenhuma, até os tapumes para tentar resgatar o boi fui eu que mandei comprar", diz.
"Eu faço qualquer coisa para ajudar em um problema que não fui eu que criei."
Procurada pela reportagem, a Vale disse que não vai comentar as declarações da ativista.