Água do rio Paraopeba apresenta riscos à saúde, diz governo de MG
Nathan Lopes
Do UOL, em São Paulo
31/01/2019 08h15Atualizada em 31/01/2019 18h57
Após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), a água do rio Paraopeba passou a apresentar riscos à saúde humana e animal. O alerta foi feito pelo governo de Minas Gerais, que, em nota, apontou "não indicar a utilização da água bruta do rio para qualquer finalidade até que a situação seja normalizada".
Em nota, o governo pede que as pessoas tentem se manter a uma distância de 100 metros das margens do rio, que tem 510 quilômetros de extensão, passando por 35 municípios.
A água estaria imprópria para consumo na região de 20 municípios, que recebem servidores da Secretaria de Agropecuária para receber orientações.
Um contato eventual com a água do rio não gera risco de morte, segundo o comunicado do governo, mas é possível que apresente "náuseas, vômitos, coceira, diarreia, tonteira, ou outros sintomas". Quem estiver nessa situação, "deve procurar a unidade de saúde mais próxima e informar sobre esse contato".
A orientação vale para as regiões próxima ao rio Paraopeba até a confluência com o córrego Ferro-Carvão, na região de Pará de Minas, cidade a cerca de 75 quilômetros de Brumadinho.
Em razão da situação da água do rio, o governo determinou à Vale, responsável pela barragem que se rompeu, que forneça água potável para as comunidades afetadas. Ao mesmo tempo, os habitantes da região atingida pela tragédia poderão fazer a perfuração de poços artesianos.
Na quarta-feira (30), a Vale apresentou ao Ministério Público e aos órgãos ambientais um plano para conter os rejeitos que vazaram após o rompimento da barragem. Estão previstas a construção de diques para conter rejeitos grossos e pesados. A empresa também irá dragar material fino, como argila, que será "condicionado para destinação adequada".
Barreiras de retenção também serão instaladas ao longo do rio para recolher sedimentos. A ação poderá demandar o uso de um produto químico "usado para aglutinar os finos e, assim, facilitar a retirada do material do rio", o que depende da aprovação dos órgãos ambientais.