Com excesso de peso, balsa que derrubou ponte circulava em horário proibido
A balsa que derrubou parte de uma ponte sobre o rio Moju, no Pará, na madrugada de sábado, não podia navegar naquele horário no local. O governo do Pará informou hoje que a navegação estava proibida pela Capitania dos Portos (órgão ligado à Marinha) devido à força das marés. Além disso, a balsa estava com excesso de peso e com documentação irregular.
"A correnteza era muito intensa naquele horário, e ela estava carregando duas toneladas mais que o permitido. Já estamos apurando quem era o dono da carga e quem havia contratado o transporte", disse o governador Hélder Barbalho (MDB).
O condutor da balsa foi submetido a exame toxicológico. O laudo preliminar deve sair na terça-feira (9) e servirá de base para a ação que a Procuradoria do estado moverá contra os responsáveis pela embarcação e pela carga.
Não há queixas de desaparecidos
O governo do Pará informou que não recebeu, até o momento, nenhum registro de ocorrência de desaparecidos no acidente.
Segundo relato de uma testemunha, dois carros teriam caído junto com o trecho da ponte, mas bombeiros fizeram buscas ontem e hoje e não encontraram no rio vestígios de vítimas ou carros.
O Corpo de Bombeiros suspendeu as buscas às 18h30 e deve retomá-las na manhã de segunda-feira.
Remoção dos destroços pode começar nesta semana
Barbalho informou que a perícia já liberou o local do acidente e que o governo contratou uma empresa para remover os destroços da ponte. As primeiras equipes devem chegar na próxima quarta-feira (10) para analisar o local e apresentar à Capitania dos Portos um plano de retirada.
"Queremos iniciar a retirada da estrutura [que caiu sobre a balsa] o quanto antes para evitar a submersão da balsa, o que dificultaria sua remoção. O rebocador já submergiu parcialmente e houve um vazamento de óleo, que foi contido. Mesmo que a balsa afunde, não há risco de ela provocar danos ambientais porque se trata de uma carga de material orgânico [rejeitos de dendê]", afirmou o governador.
Governo planeja reconstrução da ponte
O governo do Pará já planeja a reconstrução da ponte que foi parcialmente derrubada. A ideia é preservar os trechos intactos e montar um modelo de ponte estaiada sobre o vão central de 268 metros me extensão que foi destruído.
"Montamos um grupo de discussão, com participação de engenheiros do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e do Exército. É uma ponte que já registrou vários sinistros [acidentes] por causa do seu modelo, de quatro vãos", disse Barbalho.
"Provavelmente adotaremos um modelo de ponte estaiada [sustentada por cabos], com apenas dois vãos e um único pilar central. Vamos discutir o projeto também com o Tribunal de Contas e o Ministério Público."
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