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Sete PMs acusados de extorsão são presos em operação da Polícia no Rio

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Imagem: iStock

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

29/11/2019 09h40Atualizada em 29/11/2019 15h12

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na manhã de hoje sete integrantes do setor de inteligência da Polícia Militar acusados de extorsão, concussão (crime de vantagem indevida praticado por funcionário público), organização criminosa e roubo qualificado.

Além das prisões, equipes da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) estão nas ruas para cumprir 14 mandados de busca e apreensão. Um dos endereços é o Quartel General da corporação no Centro do Rio. A ação conta com apoio da Corregedoria da Polícia Militar.

De acordo com as investigações que duraram dois meses, o grupo se passava por agentes da especializada para extorquir dinheiro de comerciantes em diversos pontos do estado do Rio de Janeiro. Os policiais identificavam irregularidades e chantageavam os comerciantes, afirmando que eles seriam presos, caso não fizessem o pagamento de propina. O grupo também se apossava de produtos que eram comercializados nos estabelecimentos.

Após as prisões, a Polícia Militar informou que o coronel Rubens Castro Peixoto Júnior, da Subsecretaria de Inteligência da PM, foi exonerado. Quem assumirá o cargo é o coronel Murilo Cesar de Miranda Angelloti, que atualmente é o comandante de Policiamento Especializado (CPE).

A Polícia divulgou os nomes dos presos. São eles: Guttemberg Dantas da Dilva, Ivan Marques Cunha, Jefferson Rodrigues Batista, Nacle de Souza Oliveira, Roberto Campos Machado, Victor Mangia e Leslie Cristina Duarte Rocha.

Segundo a Polícia Civil, "várias vítimas já prestaram depoimento e auxiliaram na identificação do grupo criminoso".

R$ 40 mil apreendidos em coturno

A operação está em andamento na manhã de hoje. Até as 8h30, havia sido apreendida uma quantia de R$ 40 mil em espécie em um dos endereços visitados pela DRCPIM. O montante estava escondido em um coturno (uma bota). Duas armas também foram apreendidas, além de relógios, roupas falsificadas e imagens do circuito interno de câmeras dos estabelecimentos. As gravações eram retiradas para evitar provas contra os agentes envolvidos nos crimes de extorsão.

Procurada, a Polícia Militar do Rio disse através de nota que repudia condutas criminosas realizadas por seus integrantes. "É interesse da Polícia Militar identificar e expurgar policiais que manchem a honra da corporação. A Corregedoria Geral da Polícia Militar acompanha toda a ação e tomará as medidas cabíveis pelas condutas dos envolvidos no caso".