Witzel: Desconto nas contas de água é justo, mas decisão não é minha
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afirmou nesta terça-feira (18) que um possível desconto nas contas dos consumidores pelos problemas na água da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do RJ) é "justo", mas afirmou que a decisão depende de um acordo entre a empresa, a Defensoria Pública e o Ministério Público.
Witzel participou do evento CEO Conference 2020, promovido pelo banco BTG Pactual em São Paulo, ao lado dos governadores João Doria (PSDB-SP) e Eduardo Leite (PSDB-RS). Na saída, ele comentou sobre a resolução da crise e disse que a aplicação de descontos seria uma solução.
"A população quer o desconto. É como se fosse uma forma de vingança pelo que se passou, e está justo. Se todo mundo consumiu água com cheiro, qualidade indevida, e ficou nesse desconforto, a Cedae tem que dar conta disso", declarou o governador.
"A defensoria quer que a população tenha participação nisso [indenização], com base no Código de Defesa do Consumidor, e acho razoável. Mas o valor tem que ser de acordo com o que a empresa pode pagar, e que não prejudique os investimentos. Não adianta pagar R$ 300 milhões, devolver isso para a população e no ano que vem apresentar o mesmo problema", opinou o governador.
Witzel confirmou ter participado de duas reuniões entre a empresa, defensoria e MP, mas disse que não tem poder decisão.
"A Cedae tem que se entender com o Ministério Público, Defensoria Pública para que evite o ajuizamento de uma ação. Tentei compor com os lados para encontrar uma solução de forma que não prejudicasse a empresa e nem colocasse ninguém numa situação de improbidade administrativa", acrescentou Witzel, dizendo que o MP e a defensoria aparentemente encontraram uma resolução para o caso.
O governador do Rio também falou sobre o processo de privatização da Cedae, que acontecerá por meio de um leilão da área que cuida da distribuição da água e de coleta e tratamento de esgoto, programado para outubro, e uma IPO (oferta pública de ações) na Bolsa de Valores que pretende vender 60% das ações da companhia. A expectativa é que o governo fluminense arrecade até R$ 15 bilhões com o leilão e a IPO envolvendo a Cedae.
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