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'Você sabe com quem está falando?' não cabe mais no Brasil, diz fiscal

Flávio Graça disse que ataques como o da mulher esse não o desestabilizam - Reprodução/TV Globo
Flávio Graça disse que ataques como o da mulher esse não o desestabilizam Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

07/07/2020 09h09

Flávio Graça, superintendente de Educação e Projetos da Vigilância Sanitária do Rio, voltou a repercutir a polêmica envolvendo uma fiscalização em bares da Barra da Tijuca durante a pandemia de coronavírus.

No caso, que ganhou repercussão após exibição no "Fantástico", Graça aborda algumas pessoas sobre a aglomeração e falta de máscaras no local e, ao utilizar o termo 'cidadão' para falar com um homem, uma mulher o interrompe e ataca: "Cidadão não, engenheiro civil, formado, melhor do que você" - ela foi demitida da empresa em que prestava serviços pela conduta.

"Não cabe mais no Brasil o 'você sabe com quem está falando?'. Isso está ficando cada vez mais banido. Todo cidadão contribui com seus impostos para justamente nós o protegermos. Esse foi o princípio da cidadania que eles não exerceram. Ela achou que cidadão é ofensa e não é. Quando eles falam aquilo, não nos atingem. Todos são formados e com curso superior. Ficou feio para ela, para a imagem do carioca", disse o superintendente ao jornal O Globo.

Graça contou ainda que este tipo de comportamento não o abala e que uma situação pior ocorreu minutos antes.

"Esse tipo de agressão não consegue me desestabilizar. Antes da agressão que foi veiculada na TV aconteceram outras. Dois rapazes, antes daquilo, foram mais agressivos. Pensamos que iríamos ser agredidos. Eles foram muito mais violentos. A Guarda (Municipal) teve que se portar de uma maneira mais incisiva para coibir a ação. Eu até falei: 'vocês se preparem porque eu acho que as coisas vão chegar as vias de fato e vão agredir a gente'. Ficamos com medo. As pessoas fazem isso para desvirtuar o foco. Se a situação for incontrolável, a gente se retira e pede apoio maior da força policial", explicou ele ao veículo.

Por fim, o superintendente foi questionado pela reportagem se houve falta de fiscalização durante o fim de semana, já que foram registradas aglomerações em diversos pontos do Rio.

"Não faltou. O que ainda está faltando é a maior conscientização da população quanto ao seu papel. Nunca vamos conseguir ter um fiscal para cada estabelecimento. Todos têm que saber qual é o seu papel, principalmente no intuito de sairmos dessa pandemia."