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Médico que atendeu criança de 10 anos grávida critica portaria do aborto

8.mai.2018 - O obstetra Olímpio Moraes, médico pernambucano que foi excomungado após realizar um aborto em uma menina de nove anos - Teresa Maia/UOL
8.mai.2018 - O obstetra Olímpio Moraes, médico pernambucano que foi excomungado após realizar um aborto em uma menina de nove anos Imagem: Teresa Maia/UOL

Do UOL, em Brasília

30/08/2020 11h09

O médico obstetra Olímpio Moraes Filho, que realizou o aborto legal da criança de 10 anos estuprada pelo tio, criticou a portaria do Ministério da Saúde que obriga profissionais de saúde a notificarem autoridades policiais quando atenderem vítimas de estupro.

"Isso é contra o código de ética médica, contra o humanismo. É coisa de mentes de pessoas doentes e maldosas que fazem a mulher sofrer. Estamos vendo como vamos reagir a isso, porque acredito que não pode passar. A sociedade não pode deixar", disse Moraes Filhos.

As declarações foram dadas em entrevista ao portal Metrópoles.

"Primeiro, o nosso código de ética médica aponta que temos que manter o sigilo. Não se pode quebrar o sigilo sem a vontade de pessoa. Depois, nós médicos temos a obrigação de promover a autonomia e a beneficência. Isso significa respeito à dignidade humana", disse ele.

A portaria publicada semana passada foi criticada por parlamentares, grupos feministas e pela ex-senadora Marta Suplicy, que chamou a ministra Damares Alves (Família, Mulher e Direitos Humanos), de "ridícula".

Tio preso

A criança de 10 anos que era violentada, de acordo com a PC-ES (Polícia Civil do Espírito Santo), havia quatro anos. O tio, de 33 anos, foi preso e um exame de DNA indicou que ele estuprou a sobrinha.