Dez idosos morrem vítimas de covid-19 em asilo em Gramado
Um surto de covid-19 provocou a morte de dez idosos em um asilo em Gramado (RS), a 119 quilômetros de Porto Alegre. O último caso é de um homem de 70 anos, que não teve o nome informado pela prefeitura, e que morreu na manhã de hoje. Ele estava internado desde 9 de setembro na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do Hospital São Miguel.
As mortes no asilo provocadas pelo novo coronavírus já correspondem a 43% do total de óbitos (23) na cidade pela doença. Das dez pessoas que morreram, pelo menos oito tinham comorbidades - que são doenças associadas que podem agravar o quadro. O primeiro óbito foi registrado em 9 de setembro e, de lá pra cá, foi contabilizada quase uma morte por dia.
Ainda permanecem no asilo 15 residentes que estão confinados em seus quartos e não podem sair até o dia 22 de setembro, quando encerra o período de quarentena. Entre eles estão aqueles que testaram negativo para a doença. Outros dois residentes deixaram o lar e, a partir de terça-feira (22), podem retornar - no início do contágio eles foram para casas de parentes.
O surto foi comunicado à Vigilância Sanitária do município na noite de 3 de setembro. Inicialmente, acreditava-se tratar de um "surto de síndrome gripal", diagnóstico que acabou mudando após os resultados dos testes para detecção de covid-19. O primeiro balanço divulgado pela prefeitura apontava que 65 pessoas foram expostas ao vírus, das quais 34 pessoas testaram positivo para covid-19, entre funcionários e idosos.
A situação no asilo está sendo apurada pela prefeitura e Ministério Público. A promotora pública Natália Cagliari encaminhou questionamentos à Secretaria de Saúde, Vigilância Sanitária e ao próprio asilo, mas não recebeu retorno. Procurada hoje, a promotora disse que, por enquanto, não iria se manifestar. Entretanto, adiantou que deve verificar com as famílias se pretendem levar os idosos para outros locais.
"Precisamos também saber o nível de necessidades hospitalares dos idosos. Vamos ver com as famílias qual a vontade delas."
A reportagem do UOL tentou contato com o secretário de saúde João Teixeira e com o asilo, mas não obteve retorno até a publicação.
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