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300 rãs que eram usadas em pesquisa são furtadas: '16 anos jogados no lixo'

Polícia Civil investiga caso; assaltantes deixaram para trás apenas rãs que não atingiram o estágio reprodutivo - Reprodução/TV Vanguarda
Polícia Civil investiga caso; assaltantes deixaram para trás apenas rãs que não atingiram o estágio reprodutivo Imagem: Reprodução/TV Vanguarda

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/03/2021 12h20

Cerca de 300 rãs foram furtadas de um centro de pesquisa em Pindamonhangaba (SP), na noite de ontem. Os animais eram usados em uma pesquisa que já durava 16 anos e investigava o efeito de agrotóxicos nas espécies.

De acordo com informações da TV Vanguarda, filiada da TV Globo, a Polícia Civil iniciou investigações para descobrir origem e motivação do furto. As rãs ficavam em cativeiro em uma estrutura que era trancada apenas com uma cadeado e uma porta simples.

A cientista Adriana Sacioto Marcantonio, zootecnista e pesquisadora da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) explicou o objetivo da pesquisa.

"Percebemos que o efeito dos agrotóxicos é muito intenso em cima desses animais. A gente estava adaptando o protocolo de uma espécie vinda do exterior para utilizar nesta espécie [que foi furtada] em ensaios de agrotóxicos, metais pesados e outros tipos de contaminantes e poluentes ambientais", disse e lamentou, em seguida: "Foram 16 anos jogados no lixo".

Os assaltantes deixaram para trás alguns espécimes mortos e rãs que ainda não estão em estágio reprodutivo, segundo a reportagem.

A cientista lembrou que esta não foi a primeira vez que o local foi alvo de furto: "É recorrente o furto de gado de corte, de bezerro de leite, furto de invasão a uma marcenaria que temos aqui na sede da fazenda. Várias vezes entraram e levaram todos os equipamentos. Furto de fiação elétrica, inclusive. À noite começa cachorro a latir e nós já saímos para ver se o fio continua no poste", denunciou Marcantonio.