Colega é indiciado por morte de homem junto a gerador no apagão no Amapá
Gabryella Garcia
Colaboração para o UOL, em Blumenau (SC)
11/03/2021 13h51
A Polícia Civil do Amapá concluiu o inquérito policial que investigava a morte de Jehoash Vitor Monteiro, de 24 anos, em Porto Grande, a 102 quilômetros da capital, Macapá. O jovem foi encontrado morto no dia 6 de novembro de 2020, em seu local de trabalho, durante o apagão que atingiu o Estado. Um homem de 40 anos, colega de trabalho da vítima, foi indiciado por homicídio culposo - quando não há intenção de matar.
De acordo com o delegado Bruno Braz, a vítima dormiu em uma das salas da empresa que tinha um gerador de energia ligado e morreu asfixiada após ter inalado o gás tóxico liberado pelo equipamento.
"Após o resultado das perícias, ficou comprovado que a vítima morreu dormindo ao inalar o gás liberado pelo gerador. O gás é altamente tóxico, não tem cheiro e nem cor; a pessoa inala sem perceber, entra em estado de coma e para de respirar. Na sala em que a vítima adormeceu, a única saída de ar que existe é através da porta", explicou Braz.
O inquérito concluiu que um colega de trabalho de Jehoash, de maneira imprudente, acabou fechando a porta e impedindo que o gás saísse daquele ambiente.
O delegado ainda explicou que o homem indiciado esteve no local e viu seu amigo dormindo. "Ao sentir o cheiro do gás, saiu para dormir no carro e acredita que possa ter fechado a porta, impedindo que o gás fosse para fora da sala", finalizou.
Agora, o inquérito policial será encaminhado ao Ministério Público para o oferecimento de ação penal.
Relembre o caso
No dia 6 de novembro, no terceiro dia do apagão que atingiu o Amapá, Jehoash Vitor Monteiro, técnico em informática, foi encontrado morto em morto em seu local de trabalho. A suspeita inicial foi de de asfixia por inalação de gás expelido de um gerador de energia enquanto dormia.
Na época, testemunhas contaram que a vítima procurou o espaço durante a madrugada para ter energia com o gerador movido a óleo diesel, já que a cidade estava sem eletricidade.
A empresa onde Jehoash trabalhava fornece internet banda larga em Porto Grande. Ele era o supervisor do serviço na cidade e tinha acesso ao imóvel.
A suspeita inicial de inalação de gás foi corroborada por não haver indícios de violência no corpo da vítima, conforme análise preliminar da perícia. O imóvel também não tinha sinais de arrombamento. Jehoash não estava em horário de expediente e o cadáver foi encontrado após um outro funcionário da empresa chegar para trabalhar.