Onça inédita no Brasil é flagrada em parque no Paraná; veja vídeo
Uma onça-pintada nunca registrada antes no Brasil ou na Argentina foi flagrada no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR), por câmeras do Projeto Onças do Iguaçu, que monitora os animais na região.
O vídeo, divulgado pelo projeto nas redes sociais, mostra o bicho se aproximando de uma árvore peroba-rosa e farejando a região por alguns segundos com a boca aberta antes de seguir seu caminho pela mata.
A coordenadora do projeto, Yara Barros, explica que o animal abre a boca para expor o seu órgão vomeronasal, que recebe as substâncias químicas e permite que ele faça uma espécie de "vistoria" na região.
Segundo ela, o registro do animal é um indicativo de que o parque tem o habitat necessário para que a população de onças na região sobreviva a longo prazo. De acordo com o censo mais recente, 24 onças vivem do lado brasileiro.
O número é um pouco menor do que o do biênio anterior, quando 28 animais da espécie foram encontrados do lado brasileiro do parque. A estimativa do projeto, porém, é de que cerca de 100 animais vivam na região do Corredor Verde dos dois países.
Desde que a contagem, feita em parceria com o Proyecto Yaguaraté, da Argentina, foi iniciada no ano de 2009, o número de onças-pintadas no Corredor Verde cresceu 200%, o que é visto como positivo, já que a espécie é ameaçada de extinção.
"Isso deixa a gente muito feliz, com esperança de conservação da espécie, nessa região do corredor verde, que abrange o Brasil e a Argentina, e só reforça cada vez mais a importância da manutenção da integridade do Parque Nacional do Iguaçu", pontua Yara.
Relatórios divulgados pelo projeto em 2020 pontuam que a caça ainda é a maior ameaça para o bicho. Alguns caçadores chegaram a roubar câmeras instaladas no parque para prejudicar o monitoramento das onças. Em 2020, pelo menos 16 das 130 câmeras do parque foram furtadas ou danificadas por ação humana.
Os pesquisadores sabem que o animal, um jovem macho da espécie, nunca foi flagrado na região anteriormente porque as marcas que os bichos levam nas costas funcionam como uma espécie de "impressão digital", sendo única para cada um deles.
Apesar de classificar o novo morador da região como "jovem", a pesquisadora lembra que não há como determinar a idade média dele. Na natureza, as onças podem viver pouco mais de 10 anos.
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