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Após frio, Brasil tem previsão de calor atrasado mas intenso no verão

Modelo meteorológico do Sul do Brasil mostra tendência de calor em janeiro  - Reprodução/MetSul
Modelo meteorológico do Sul do Brasil mostra tendência de calor em janeiro Imagem: Reprodução/MetSul

Do UOL, em São Paulo

08/11/2022 09h11Atualizada em 08/11/2022 10h40

A primavera no Brasil vem sendo marcada por uma sequência de frentes frias que continuam fortes neste mês de novembro, com temperaturas abaixo da média para o final de ano no país. O fenômeno atípico, influenciado pelo La Niña no Oceano Pacífico, faz com que os meteorologistas apontem para um verão rígido e de altas temperaturas no território brasileiro.

Modelos feitos pelo MetSul, que já previam o frio tardio e o calor escasso para os meses de outubro e novembro, mostram que o calor deve chegar ao país principalmente a partir de janeiro de 2023, apesar de o verão começar oficialmente no Hemisfério Sul já em 21 de dezembro.

Entre os fatores ligados ao calor intenso pelo mundo está o déficit de chuva, com estiagens marcantes na Europa em julho deste ano e no Uruguai e na Argentina no começo de 2022. Seguindo este padrão, a presença ainda constante do La Niña no Oceano Pacífico é considerada mais um facilitador de ondas de calor na América do Sul no próximo verão.

Intenso, mas sem recorde

Mesmo com a previsão de um verão intenso, a expectativa é de que o calor no Brasil seja menos intenso nesse novo ciclo, sem quebrar os recordes vistos na onda de calor histórica entre dezembro de 2021 e março deste ano.

O cenário desenhado para o próximo verão pelos modelos climáticos prevê ondas de calor e períodos de temperaturas acima da média, mas com referências históricas apontando para temperaturas um pouco mais amenas que as vistas no último verão - como as máximas acima de 40ºC registradas em 13 dias consecutivos no Rio Grande do Sul, as mais altas registradas em 80 anos. O recorde foi de Uruguaiana, com 42,9°C em 27 de fevereiro deste ano.

Nas últimas três décadas, os anos de 1992, 2007 e 2010 — marcados por frio tardio, registrado em novembro — tiveram primaveras seguidas de verões com temperaturas máximas próximas à média histórica, com algumas áreas da região Sul com calor ainda mais amenizado pelas chuvas, em uma tendência que pode se repetir, segundo o Metsul.

La Niña

O fenômeno La Niña se intensifica mais no verão e da primavera, entre setembro e março, causando resfriamento em grande escala na temperatura da superfície do oceano.

Ele se desenvolve quando ventos que sopram sobre o Pacífico empurram as águas quentes da superfície para o oeste, em direção à Indonésia. Em seu lugar, as águas mais frias do oceano profundo sobem à superfície. Isso causa grandes mudanças climáticas em diferentes partes do mundo, como mais chuva a áreas da Oceania e seca para a América.