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Médicos cobravam até R$ 2,8 mil por parto pelo SUS em GO, diz polícia

Médicos em Goiás cobravam partos pelo SUS - Reprodução/Polícia Civil
Médicos em Goiás cobravam partos pelo SUS Imagem: Reprodução/Polícia Civil

Do UOL, em São Paulo

26/05/2023 12h06

Médicos em Goiás cobravam até R$ 2,8 mil por procedimentos que, na verdade, eram realizados pelo SUS, segundo informações da Polícia Civil.

O que aconteceu

Foram cumpridos hoje oito mandados de busca e apreensão, como parte da Operação Puerperium, da Polícia Civil, que investiga a cobrança indevida por serviços de saúde pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiânia.

O grupo, composto por seis médicos, cobrou por cesarianas em pacientes de baixa renda, entre 2014 e 2016, segundo a investigação.

Os valores cobrados variavam entre R$ 1.800 e R$ 2.800, podendo inclusive ser parcelados, desde que a quitação total acontecesse até a data do parto.

A fraude pode ter rendido cerca de R$ 1 milhão aos profissionais, em valores atualizados.

Os médicos trabalhavam em um hospital particular conveniado ao SUS. As identidades dos envolvidos, bem como o nome do hospital, não foram revelados.

Também foram encontradas cobranças indevidas para realização de procedimentos cirúrgicos de angioplastia coronária, com a colocação de "stent" farmacológico. Nestes casos, segundo a polícia, o paciente era encaminhado pela rede municipal de saúde, com a autorização de internação hospitalar já expedida pela rede pública, para tratamento de arritmia no hospital conveniado. No entanto, o médico dizia ao paciente que o SUS não cobria todo o procedimento, e cobrava valores para a realização do tratamento.

O grupo também aplicava golpes na Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Nestes casos, os médicos apresentavam laudos idênticos para dois pacientes distintos, como prova de supostos procedimentos realizados pelo SUS.

Até o momento foram ouvidas 216 vítimas, que confirmaram os fatos. Mas, ao todo, foram identificadas 606 vítimas, que também devem ser ouvidas até o final da investigação. O caso passou a ser investigado após auditorias da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretária Estadual de Saúde.