Empresa é condenada em Salvador por vendedor ser chamado de 'Nhonho'
Colaboração para o UOL, em Salvador
13/07/2023 13h26Atualizada em 14/07/2023 12h12
A 2ª Turma do TRT-5 (Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região) condenou a Unilever Brasil a indenizar um vendedor da empresa em Salvador que sofria assédio moral. O funcionário era comparado a personagens de TV, como "Nhonho", do humorístico "Chaves".
O que aconteceu:
Os desembargadores estabeleceram o pagamento de uma indenização por dano moral no valor de R$ 10 mil. Cabe recurso.
Segundo o TRT-5, a empresa realizava reuniões que expunham os funcionários com cobranças excessivas e xingamentos. Os superiores utilizavam ainda o grupo de um aplicativo de mensagens para ofender o trabalhador.
O empregado afirma que os xingamentos eram constantes durante as reuniões de trabalho, com frases como "f...-se, eu quero o resultado". Segundo ele, os chefes o chamavam para a frente da sala "para que todos vissem o vendedor que está na 'recuperação'".
As reuniões, que eram realizadas no período da tarde, expunham os vendedores que não conseguiam cumprir a meta programada para a manhã. Além de "Nhonho", no grupo do aplicativo, os chefes faziam as comparações pejorativas a outros personagens como "Tiazinha" e "Baby", do infantil "Família Dinossauros".
No processo, a empresa alegou que o grupo no aplicativo de mensagens servia para comunicação de promoção, usado exclusivamente para trabalho.
Procurada pelo UOL, a assessoria de comunicação da Unilever afirmou, por meio de nota, que promove "uma cultura corporativa baseada no respeito a todas as pessoas". "A companhia reitera seu comprometimento em valorizar e incentivar um ambiente de trabalho saudável, adotando políticas que não toleram quaisquer violações de desrespeito".
A empresa ainda disse que, "devido à natureza em andamento do processo judicial", não apresentaria mais informações sobre o caso.