Briga durante sexo: o que se sabe da morte com fio de ferro de passar no ES
Colaboração para o UOL*
26/07/2023 11h03
O empresário David Dal Rio da Silva, 34, foi assassinado com um fio de ferro de passar roupas em uma briga durante o sexo, segundo a polícia. O caso ocorreu em junho, no Espírito Santo, e a investigação foi concluída pela Polícia Civil do estado nesta semana.
O que se sabe sobre o caso:
David Dal Rio da Silva foi morto em 18 de junho e encontrado na noite do dia seguinte. Foi uma amiga que o achou em seu apartamento no Jardim Camburi, em Vitória. Ela foi até o local em busca do amigo porque ele não atendeu ligações e nem apareceu no trabalho.
O empresário tinha marcas de estrangulamento. Inicialmente, como a vítima foi morta e a autoria do crime era um mistério, mas a Polícia Civil descobriu que o carro do empresário não estava mais na garagem do prédio.
Após o crime, o suspeito, Breno Ribeiro Freire, 26, pegou as chaves do carro da vítima. Ele deixou o local e dirigiu por diversos bairros da cidade.
Breno foi detido no dia seguinte ao crime, após a polícia rastrear o veículo. Segundo a TV Gazeta ES, ele não se entregou e tentou jogar o carro contra os policiais durante a fuga. Houve perseguição por várias ruas dos bairros Mata da Praia e Jardim da Penha e, para conter o suspeito, os policiais atiraram.
O suspeito teria usado o fio para estrangular o empresário. Segundo o delegado Marcelo Cavalcanti, ele imobilizou a vítima, mesmo sendo menor que David. "Ele diz que sempre fez arte marcial e sabia se defender. [...] Com o ferro de passar, ele pega o fio e estrangula a vítima. Ele [Breno] disse que não queria matar, só desacordar a vítima".
Após a prisão, Breno foi autuado em flagrante por dirigir sem habilitação, resistência e desobediência. Ainda segundo a emissora, já havia passado o tempo de flagrante, e por isso ele não foi autuado pelo crime contra o empresário. Mas, em depoimento, o suspeito confessou que conheceu a vítima em um aplicativo de relacionamento e que eles brigaram.
David teria dado socos nele, que deu um golpe mata-leão. Em seguida, enforcou-o com o fio.
O jovem foi indiciado por homicídio qualificado por asfixia e furto com abuso de confiança. Agora, já é tratado como réu.
Ele já ele não é simples de investigado, já é réu em ação penal pelo crime de homicídio qualificado pelo meio que ele empregou (asfixia), bem como foi indiciado pelo crime de furto com o aumento do abuso de confiança. Ele só teve acesso a toda essa situação porque conhecia a vítima por um aplicativo, começa a se relacionar com a vítima e, a partir dali, ganha confiança da vítima, fundando nessa tragédia. Delegado Marcelo Cavalcanti
Crime motivado por razões financeiras
A vítima e o autor do crime haviam se conhecido em um aplicativo de relacionamento e marcaram um encontro. Segundo a polícia, os dois brigaram durante o sexo. "Ele [Breno] disse que a vítima o forçou a ter relacionamentos. O autor detalha que sempre foi ativo e, naquele dia, a vítima o forçou a ser passivo. E, por conta disso, eles tiveram uma briga", afirmou o delegado Marcelo Cavalcanti.
O inquérito policial e a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo apontam que a briga aconteceu por razões financeiras. Ou seja, não teria sido de cunho sexual.
Sempre teve o cunho patrimonial, de tirar vantagens quando se encontravam. O autor trabalha como operador de caixa e aí ele via que, a partir do momento que ele se relacionava com a vítima, ele tinha ganhos patrimoniais. Isso ficou claro na investigação e só se confirma após o crime, quando o autor furta o veículo da vítima, inclusive sendo preso com esse veículo um dia após o crime. Delegado Marcelo Cavalcanti
Vídeo mostra suspeito no prédio
Imagens de câmeras de segurança mostram vítima e suspeito entrando no prédio do empresário. Os dois entram juntos no elevador por volta de 17h, conversam e se abraçam.
À noite, cerca de três horas depois, Breno apareceu sozinho indo até a garagem. No elevador, ele aparece arrumando o cabelo molhado.
Na garagem, ele procura pelo carro da vítima, até encontrá-lo. O suspeito deixa o prédio por volta de 20h com o carro do empresário.
*Com reportagem publicada em 25/07/2023