MP-RJ: Quebra de silêncio abre caminho para novas delações no caso Marielle
Colaboração para o UOL, em São Paulo
27/07/2023 12h48
O procurador-feral do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) Luciano Mattos afirmou durante entrevista ao UOL News desta quinta-feira (27) que a delação de Élcio de Queiroz pode levar a novas oportunidades de quebra de silêncio do caso Marielle Franco.
Havia um silêncio em relação aos envolvidos, essa quebra de silêncio, com o surgimento desses novos personagens evidentemente que abre um leque. Houve uma quebra de silêncio dos envolvidos e abre um leque de oportunidade de outras pessoas também quererem falar, apresentar sua versão e até ser um colaborador na investigação. Isso é uma expectativa.
Questionado sobre a possibilidade de Ronnie Lessa também aceitar fazer uma delação permeada, o procurador disse que é uma possibilidade, mas ressaltou que as investigações seguirão mesmo se isso não ocorrer.
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O que a gente acredita é que, como o Élcio fez a delação e temos outros implicados, como o Maxwell, é que a probabilidade [de outra delação] aumente. Não sei em qual patamar, mas que aumente, que alguém possa diante disso também querer falar. É uma realidade e até uma consequência de tudo que está acontecendo hoje.
Pichonelli: Chegar em mandante da morte de Marielle exige resolver outros crimes
O colunista do UOL Matheus Pichonelli também comentou a respeito das investigações para se chegar ao mandante da morte de Marielle Franco. Segundo ele, muitos outros crimes precisam ser investigados para se chegar aos motivos da morte da vereadora.
Quem mandou matar Macalé? Foi uma queima de arquivo? É uma cena bem parecida, um carro se aproxima e alguém de dentro metralha, ele morre na rua mesmo. Ele é um elo que para muita gente é novo nessa delação. Para chegar nessas respostas a gente precisa entender onde ele atuava.
"Tem uma série de eventos nessa região que mostram os tentáculos do chamado escritório do crime. Tem que saber para quem ele trabalhava, de quem era próximo e quem são as grupos políticos que têm ascensão nessa região".
Pichonelli ainda citou outros crimes de pessoas que também estariam envolvidas nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes.
Um dos suspeitos de ter picado o carro, sumido com as provas, ele também foi assassinado, o Orelha. Cada vez que você abre sai um elemento de dentro. Resolver e chegar nessas respostas vai exigir que essa pontas soltas sejam esclarecidas também.
Kotscho: Precisamos saber quem mandou matar, mas também quem protegeu os mandantes
O colunista do UOL Ricardo Kotcho falou durante o UOL News sobre suas expectativas para resolução do caso Marielle. Segundo ele, o avanço nas investigações trazem esperança de compreender não só quem mandou matar a vereadora, mas também quem protegeu os mandantes.
A Polícia Federal entrou com tudo nesse caso e nós vamos saber não só quem mandou matar, mas também quem protegeu os mandantes até hoje. É muito clara a ligação das milícias com a politica. Há uma estrutura política por trás das milícias.
"Para pacificar o país, precisamos derrubar toda essa estrutura, chegar até o fundo do poço dos podres poderes que nos levaram a essa situação", finalizou.
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