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SP: Poluição cai e capital tem 323 dias com boas condições em 2022

Região metropolitana de SP registrou condição boa para partículas inaláveis em 91,9% das medições de 2022 Imagem: Saulo Pereira Guimarães

Do UOL, em São Paulo

27/07/2023 04h00Atualizada em 27/07/2023 13h44

Com poluição em queda, a região metropolitana de São Paulo registrou 323 dias de ar com condição boa em 2022, de acordo com a Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística) do governo paulista.

O que aconteceu

A Grande São Paulo teve condição boa para ozônio em 88,5% dos dias do ano passado. O percentual é maior que os verificados entre 2019 e 2021, quando indicador variou de 86,3% a 85%. Em 2018, a região metropolitana teve 90,9% dos dias com níveis de ozônio de até 100µg/m³ (microgramas por metro cúbico), índice considerado bom pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Região metropolitana registrou condição boa para partículas inaláveis em 91,9% das medições de 2022. Indicador melhorou em relação aos quatro anos anteriores, quando oscilou entre 89,9% e 90,6%. Pelos parâmetros da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), são considerados com condição boa os dias com concentração de até 50µg de partículas por metro cúbico.

A circulação de veículos tem relação direta com níveis de ozônio e de partículas inaláveis (menores e mais prejudiciais ao ser humano já que se depositam no sistema respiratório). O fluxo de carros e caminhões gera a liberação das partículas, que vão para atmosfera e só se dispersam por meio dos ventos ou das chuvas, menos frequentes no inverno. Já o ozônio é fruto de uma reação entre substâncias que evaporam dos combustíveis e NO2 (dióxido de nitrogênio) estimulada pela luz do sol. Os gases são gerados por veículos e postos de combustível — entre outras fontes.

Os poluentes impactam sistema respiratório. As partículas inaláveis são especialmente nocivas a crianças e pessoas que sofrem de doenças como asma e bronquite. No caso do ozônio, a concentração em altos níveis também gera sensação de ardência nos olhos e é mais comum durante a primavera e o verão, quando os dias ensolarados são mais recorrentes.

Os níveis de ozônio e partículas inaláveis na região metropolitana nos preocupam, principalmente nas periferias. Nesses locais, a poluição se soma a outros fatores, como a falta de saneamento básico e outros problemas, para prejudicar a saúde dos moradores.
Maria Lúcia Guardani, gerente de qualidade do ar da Cetesb

O que mais se sabe

Os níveis de CO (monóxido de carbono) e SO2 (dióxido de enxofre) se mantiveram estáveis. Desde 2017, as máximas diárias de concentração de CO na região metropolitana têm média de 1 parte por milhão. Já no caso do SO2, as concentrações médias anuais não ultrapassam 3µg/m³ desde 2015. Os dois valores estão dentro dos padrões da OMS, que recomenda concentrações de até 9 partes por milhão de monóxido de carbono e 40µg de dióxido de enxofre por metro cúbico.

Mais de 90% das emissões de monóxido de carbono vêm de veículos. Novas tecnologias e programas de controle (como o rodízio de carros criado em São Paulo em 1997) mantêm os níveis da substância em queda na região metropolitana desde 2000. Já o dióxido de enxofre tem origem na queima do diesel e outros combustíveis mais usados na indústria do que por veículos no Brasil. Em outros países, o gás também é liberado na calefação de casas e por carros comuns.

A poluição industrial é um problema maior em áreas como a Vila Parisi, em Cubatão, onde há um trabalho de mais de 40 anos para amenizar o problema conduzido pela Cetesb. Hoje, novos dispositivos e maior monitoramento fizeram com que os indicadores se tornassem melhores do que o verificado no passado. Mas a proximidade da serra e o vento que vem do mar dificultam a dispersão de poluentes naquela região.
Maria Lúcia Guardani, gerente de qualidade do ar da Cetesb

O bom resultado reflete redução de incêndios no estado. Em 2021, São Paulo registrou o maior número de casos de foco de incêndio em 10 anos. Foram mais de 57 mil ocorrências entre janeiro e agosto - contra 43 mil no mesmo período de 2020. O fogo gera a liberação de partículas inaláveis e agrava a poluição.

A pandemia não teve impacto tão grande quanto se imagina na poluição. De acordo com especialista, a redução no número de carros em circulação em 2020 foi momentânea e compensada pelo fluxo de caminhões e veículos de entrega no decorrer do ano. Por isso, as consequências para os indicadores monitorados não foram significativas. Além disso, estiagem vivida por São Paulo naquele ano diminuiu dispersão de poluentes no estado.

O uso de transporte público ajuda a reduzir poluição. Outras iniciativas recomendadas por especialistas para combater o problema são não queimar lixo ou folhas, não soltar balões e fazer uso de carro apenas quando necessário. Também é recomendada a prática de atividades físicas longe dos locais com maior nível de emissões.

As chuvas mais frequentes em 2023 devem manter poluição em queda. Junto dos ventos, precipitações são decisivas para dispersar partículas inaláveis.

As atividades humanas são hoje o principal fator de poluição na região metropolitana de São Paulo. A sujeira vem não só do escapamento de carros e caminhões, mas também das partículas levantadas por esses veículos quando estão em movimento e liberadas por eles quando são abastecidos ou até quando estão parados, em função dos combustíveis que os abastecem."
Maria Lúcia Guardani, gerente de qualidade do ar da Cetesb

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