Homem confessa ter matado mulher grávida dele e arrancado feto, diz polícia
Do UOL, em São Paulo
10/08/2023 18h04Atualizada em 11/08/2023 18h51
Uma mulher grávida foi morta e teve o feto arrancado da barriga em Manaus. O pai biológico do feto foi preso e, segundo a polícia, confessou o crime.
O que aconteceu:
A jovem Débora da Silva Alves, 18, foi assassinada no oitavo mês de gestação. O corpo dela foi encontrado no dia 3 de agosto, em uma área de mata do bairro Mauazinho, zona leste de Manaus.
A vítima teria sido estrangulada e queimada pelo pai do feto, Gil Romero Machado Batista, 41, segundo a investigação. Ele teria recebido ajuda de um colega de trabalho, identificado como José Nilson.
Gil Romero confessou que atraiu Débora até a usina onde ele trabalhava como vigilante para falarem da paternidade do bebê, segundo informou a Polícia Civil. "Ainda dentro de um carro, eles iniciaram uma discussão, pelo fato de ela estar exigindo utensílios para sua gravidez, motivo pelo qual ele a agrediu fisicamente e a deixou desacordada", detalhou a delegada Deborah Barreiros, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros de Manaus.
Após a discussão, ele a teria estrangulado com uma corda e a levado a um galpão, onde o corpo foi incendiado. "No entanto, Gil Romero pensou que se a criança fosse localizada, ele seria apontado como principal suspeito, motivo pelo qual, pegou uma faca de pão, abriu a barriga da jovem e retirou o bebê, que já estava morto, e colocou dentro de uma saca de estopa, junto com diversos materiais de restos de obra", contou Deborah. O saco com os feto foi jogado em um rio local..
A Polícia Civil não descarta a participação de uma terceira pessoa, e o caso continua sendo apurado. Também será aguardada a finalização do laudo pericial para que o inquérito seja encerrado.
Gil Romero e José Nilson responderão pelos crimes de feminicídio qualificado, aborto e ocultação de cadáver.
Gil Romero passou por audiência de custódia nesta quinta-feira e a Justiça do Amazonas decidiu que ele deve permanecer preso. Ao UOL, a Defensoria Pública do Estado informou que atuou na audiência do acusado e que não foram constatadas ilegalidades no cumprimento do mandado de prisão preventiva. O órgão disse ainda que, até o presente momento, ele não tem advogado particular e poderá ser assistido pela Defensoria Pública.
Jovem estava desaparecida
Debora desapareceu no dia 29 de julho, quando foi encontrar o suspeito, de acordo com o delegado Ricardo Cunha, que investiga o caso.
O corpo dela foi encontrado após a polícia prender um colega de trabalho de Gil Romero, suspeito de participação no crime.
Gil Romero estava no Pará, para tentar se esconder da polícia. Ele foi preso na noite de terça-feira (8), em Curuá (PA), durante uma operação conjunta entre as polícias civis do Amazonas e Pará.
Já em Manaus, durante a acareação, ele confessou o crime, mas disse que a sua esposa não possuía qualquer tipo de envolvimento. "De fato, nesse momento, as investigações apontam que ela não teve participação", detalhou Ricardo Cunha.
Inicialmente, o pai do bebê disse que queimou a criança junto da mãe, ainda na barriga. Depois, em um segundo depoimento, ele disse que retirou o bebê da barriga de Debora, já morta, e jogou o corpo no rio.