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Menino eletrocutado é transferido no Rio; moradores denunciam fios soltos

Audiência pública realizada há cinco meses indicou "fiações de alta tensão espalhadas pelo chão" Imagem: Divulgação/Prefeitura de Angra/29.mar.2023

Do UOL, em Brasília

07/09/2023 13h18Atualizada em 08/09/2023 16h47

Um menino de 11 anos, eletrocutado em Angra dos Reis (RJ) na última segunda-feira (4), foi transferido ontem para um terceiro hospital. O garoto estava junto com a mãe quando tocou em um cabo de alta tensão da Enel no chão.

Há cinco meses, moradores denunciaram em audiência pública a existência de fios espalhados no chão.

O que aconteceu?

Acidente foi em frente à obra do Centro de Informações Turísticas, na entrada da cidade, segundo a prefeitura de Angra.

Menino foi transferido para o CHN (Complexo Hospitalar de Niterói), que é um hospital de referência neste tipo de ocorrência, segundo a Enel Rio, que acompanha o caso.

A mãe do menino, Alexandra Kelly Carvalho, andava de mãos dadas com filho e, após atravessar uma rua, o garoto pisou no fio no canteiro e os dois caíram no chão.

A mãe conseguiu se desvencilhar do choque e gritou por socorro.

Meu filho vomitava, virava os olhos. E eu só gritava 'por favor, não deixem meu filho morrer'. Foi um livramento ele ter sobrevivido
Alexandra Kelly, mãe do garoto, ao "Extra"

Moradores usaram um pedaço de pau para socorrer o menino e tirá-lo do contato com os fios elétricos. Ao UOL, a mãe do menino disse que está tratando da situação do filho com os médicos e que não podia dar mais detalhes do caso à reportagem.

O garoto foi levado ao Hospital Municipal de Japuíba, em Angra. Depois, foi transferido para o Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, onde estava até quarta-feira (6).

Ainda na quarta-feira, a Enel transferiu o garoto para o Complexo Hospitalar de Niterói, uma instituição particular.

Prefeitura vai processar distribuidora

A prefeitura de Angra afirmou em nota que vai abrir uma ação civil pública contra a distribuidora de energia, a Enel, "pelo péssimo serviço prestado pela empresa ao município".

A Defesa Civil vai realizar uma vistoria em todas as instalações da Enel Distribuidora para verificar a qualidade do serviço prestado, como o estado de conservação de postes que estejam com risco de queda, e da fiação
Nota da prefeitura de Angra

Em 29 de março, houve uma audiência pública com representantes dos moradores, da Enel, da prefeitura e de vereadores de Angra. O problema já havia sido denunciado.

Fiações de alta tensão espalhadas pelo chão foram alguns dos problemas apontados
Comunicado da prefeitura de 29 de março

Uma das queixas apresentadas na audiência pública, segundo a prefeitura, foi feita pela Associação de Moradores da Praia Vermelha. "A Enel precisa se organizar como empresa e colocar os funcionários para fazer os devidos trabalhos", afirmou Luciana Vieira, presidente da entidade. "Não estamos pedindo muito, só o necessário para seguir com as nossas vidas."

Empresa diz usar "padrões rigorosos de segurança"

Questionado pelo UOL, a Enel Rio não informou quais medidas foram tomadas pela empresa desde a audiência pública. Porém, esclareceu que corrigiu o problema no local do acidente com o garoto de 11 anos.

"Ao tomar conhecimento do fato, a empresa enviou uma equipe técnica ao local para afastar qualquer risco elétrico e realizar os reparos necessários, concluídos no mesmo dia", afirmou a Enel em nota à reportagem.

A Enel Distribuição Rio lamenta profundamente o acidente envolvendo um adolescente em Angra dos Reis. A distribuidora segue padrões rigorosos de segurança e está apurando as circunstâncias do acidente.
Nota da Enel Rio

Em nota enviada ao UOL depois da publicação desta reportagem, a Enel afirmou que trabalhar para melhorar a rede de energia de Angra. "A companhia realizou obras significativas no sistema elétrico, substituiu cabos por outros mais resistentes que convivem melhor com o meio ambiente e instalou equipamentos telecomandados, operados de forma remota pelo Centro de Operações."

"Foram construídas e substituídas mais de 80 km de novas redes", diz a nota. "Nos últimos dois anos, em média, a companhia realizou intervenções em mais de 4 mil pontos da rede e mais de 180 mil podas de galhos de árvore próximo à rede elétrica em toda a Costa Verde."

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