'Greve se encerra ao final do dia', confirma presidente do sindicato
Do UOL, em São Paulo
28/11/2023 12h41Atualizada em 28/11/2023 17h04
A greve dos metroviários, da CPTM e da Sabesp, chegará ao fim na noite desta terça-feira (28). A informação foi dada durante coletiva de imprensa com representantes dos sindicatos no centro de São Paulo.
O que aconteceu
O horário previsto para o fim da paralisação é às 23h59 de hoje. A informação é de José Faggian, presidente do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente). Ele concedeu entrevista coletiva ao lado de representantes dos sindicatos de metroviários e professores.
"O nosso movimento é de 24 horas, então se estende até o final do dia, e temos ainda uma atividade às 15h na Alesp", afirmou. Trata-se de uma manifestação contra o projeto de privatização da Sabesp — que começa a ser discutido à tarde na Assembleia Legislativa.
A presidente do sindicato dos metroviários de São Paulo, Camila Lisboa, classificou como "assédio moral coletivo" o plano apresentado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para identificar os grevistas. O governador também disse que a paralisação não impedirá o governo de continuar o plano de privatizações.
O Metrô e a CPTM estão parcialmente afetados pela paralisação. Confira quais linhas estão funcionando clicando aqui. O rodízio de veículos foi suspenso e a prefeitura decretou ponto facultativo.
O que dizem os sindicatos
Diretor da Apeoesp (sindicato dos professores) disse que a "eleição não é cheque em branco" para privatizações. "Esses projetos não foram escrutinados em voto popular. No que diz respeito à Sabesp, ele [Tarcísio] sempre tergiversou, nunca se posicionou sobre cortar o orçamento da educação. Não foi objeto de debate da população", disse Richard Araujo, vice-diretor de políticas sociais da entidade.
Sindicatos dizem que pauta é clara e que governador tenta criminalizar movimento. "A gente tem uma luta contra as privatizações que o governador Tarcísio tenta implementar", diz o presidente do Sintaema. De manhã, o governador disse que os grevistas não tinham pauta ou reivindicação que justificasse a paralisação.
"Uma coisa é o Tarcísio não concordar com a pauta, outra é dizer que ela não existe", disse Lisboa.
Funcionários da educação também aderiram ao movimento. Araújo afirmou que há adesão em todo o estado, mas disse que não era possível quantificar neste momento. O UOL procurou a Secretaria da Educação, mas ainda não teve resposta.
A greve tem uma conotação "escancaradamente trabalhista e legítima", disse Lisboa. Mais cedo, o governador disse que havia defendido as privatizações desde a campanha eleitoral — e que daria continuidade às promessas que fez.
O posicionamento de Tarcísio expressa sua visão antidemocrática de não aceitar que uma parcela da sociedade se insurja contra uma política que não foi escrutinada. É uma tese equivocada achar que, pelo fato dele ter sido eleito, pode vender o estado de São Paulo.
Richard Araújo, vice-diretor de políticas sociais da Apeoesp
O que a Justiça determinou
O Tribunal Regional do Trabalho determinou que 80% dos funcionários do Metrô e 85% da CPTM trabalhem no horário de pico — das 4h às 10h e 16h às 21h. Fora desse período, 60% dos funcionários das duas empresas devem continuar em seus postos de trabalho, segundo a decisão judicial.
A multa diária para o sindicato dos metroviários em caso de não cumprimento da decisão é de R$ 700 mil. Para o da CPTM, a multa é de R$ 600 ml.
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