Conteúdo publicado há 12 meses

Tarcísio diz que greve não vai impedir concessão: 'Vamos continuar'

O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas afirmou que as greves não impedirão que o governo continue a trabalhar nas privatizações para o estado. A fala ocorreu durante nova paralisação dos metroviários, da CPTM e da Sabesp na manhã desta terça-feira (28).

O que aconteceu

Governador diz que maior problema ocorre no Metrô. Tarcísio disse que a Sabesp segue operando normalmente e, na CPTM, quase todos os servidores escalados compareceram ao trabalho. Os presidentes da Sabesp, Metrô, CPTM e o secretário de Transportes Metropolitanos também participaram da coletiva.

Tarcísio afirmou que o objetivo da greve é desgastar o governo e que há desrespeito às decisões judiciais. A Justiça determinou que 80% dos funcionários do Metrô, 85% da CPTM e 70% Sabesp devem trabalhar nos horários de pico.

Se as categorias não cumprirem, os sindicatos serão multados em até de R$ 700 mil por dia. Fora do período de pico, 60% dos servidores dos transportes sobre trilhos devem continuar nos seus postos.

Linhas privatizadas operam normalmente. Num discurso semelhante ao adotado greve ocorrida em 3 de outubro, Tarcísio disse que as linhas concedidas à iniciativa privada são as que operam normalmente hoje — o que, na sua avaliação, mostra que o governo está no caminho certo. No entanto, na mesma data, houve uma pane na linha 9-Esmeralda. Uma investigação da Polícia Civil apontou que os problemas foram motivados por sabotagem.

O Metrô e a CPTM estão parcialmente afetados pela paralisação. Confira quais linhas estão funcionando clicando aqui. O rodízio de veículos foi suspenso e a prefeitura decretou ponto facultativo.

Não tem acordo. Não concordar é legítimo, agora esta [a greve] não é a via adequada para manifestar discordância. Não é no caminho do sofrimento que a gente vai chegar a algum lugar.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo

Governo diz que privatizações vão continuar

Tarcísio disse que a greve "não tem pauta". Segundo o governador, a paralisação "não tem reivindicação". Ele disse também que as privatizações "são um compromisso" assumido por ele durante a campanha eleitoral — e que o tema vem sendo "amplamente" discutido com a população.

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As desestatizações, os estudos para concessões, não vão parar. Não adianta fazer greve com esse mote. Vamos continuar estudando, vamos continuar tocando, porque nós dissemos que faríamos isso.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo

Governador disse que a decisão judicial foi descumprida. "Mais uma vez a decisão judicial é descumprida, ela estabelece que quantidade de trabalhadores que tem que trabalhar e a decisão é descumprida. Quando enfrentamos essa situação procuramos a proteção do Judiciário. Tudo tem regra, até a greve, se a decisão do Judiciário não vale como fica?"

Tarcísio afirmou que o descumprimento da decisão judicial será apurado. "Isso vai ser apurado, vamos ver as sanções que serão aplicadas."

Greve unificada é contra privatizações

O sindicato dos trabalhadores do Metrô de São Paulo anunciou adesão à greve unificada na semana passada. A categoria é contrária às privatizações e terceirizações propostas pelo governo paulista.

A categoria alegou que pediu a liberação de catracas para que os funcionários continuem trabalhando. Mas a proposta não foi aceita pelo governo, segundo o sindicato.

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Os funcionários do Metrô cruzaram os braços três vezes este ano. Uma em março, por reivindicações trabalhistas e duas em outubro, contra o plano de privatizações do estado. Também houve duas ameaças de interromper as atividades.

Em outubro, Tarcísio reafirmou a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do Metrô administradas diretamente pela empresa pública. Segundo ele, o objetivo deve ser cumprido até o fim do mandato, em 2025. Outra possibilidade é uma sociedade com o setor privado pela gestão da empresa.

Na greve do dia 3 de outubro, o governador classificou o movimento como "político", "ilegal" e "abusivo". Na ocasião, a Justiça do Trabalho determinou 100% de operação nos horários de pico, mas as categorias descumpriram a decisão.

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