Alexandre Pires e empresários são alvos da PF por esquema de garimpo ilegal
Do UOL*, em São Paulo
04/12/2023 15h15Atualizada em 05/12/2023 16h37
A Polícia Federal investiga o cantor Alexandre Pires e empresários por envolvimento em um esquema que movimentou R$ 250 milhões com garimpos ilegais em terras Yanomami.
O que aconteceu
A PF deflagrou a "Operação Disco de Ouro" para desarticular o financiamento ao garimpo ilegal em território Yanomami, em Roraima. A investigação foi aberta depois que a PF apreendeu, em janeiro de 2022, quase 30 toneladas de cassiterita extraída ilegalmente na sede de uma das empresas suspeitas. O esquema movimentou R$ 250 milhões.
Os alvos foram garimpeiros, empresários e Alexandre Pires, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a PF, o cantor teria recebido R$ 1 milhão de uma mineradora investigada.
Foram cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em sete cidades: em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). A Justiça Federal também autorizou o bloqueio de até R$ 130 milhões em bens dos investigados.
O inquérito policial indica que os suspeitos "lavariam" minério de cassiterita extraído ilegalmente das terras Yanomami. O minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba/PA, e supostamente transportado para Roraima para tratamento.
Além disso, a PF encontrou transações dos suspeitos para lojas de máquinas para mineração, laranjas, pilotos de aeronaves, e postos de gasolina, o que "relacionaria toda a cadeia produtiva do esquema", segundo a Polícia.
Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas.
PF, em comunicado
O que diz o cantor
Em nota, a defesa de Alexandre Pires declarou que "o cantor não tem e nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena".
"Alexandre Pires foi tomado de surpresa diante da recente operação da Polícia Federal que indevidamente envolveu seu nome", diz o texto assinado pelo advogado Luiz Flávio Borges D'Urso.
Por fim, salientamos que o cantor e compositor Alexandre Pires nunca cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações, reiterando sua confiança na Justiça brasileira.
Advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, em nota
(*Com Estadão Conteúdo)