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11 das 35 minas de sal-gema da Braskem em Maceió ainda não foram fechadas

29.nov.2023 - Região da mina da Braskem que corre o risco de colapso em Maceió Imagem: Itawi Albuquerque/Secom

Bruno Fernandes

Colaboração para o UOL, em Maceió

06/12/2023 04h00Atualizada em 06/12/2023 13h00

Das 35 minas de sal-gema da Braskem instaladas em Maceió, 11 ainda não tiveram o processo de fechamento finalizado. A mina 18 — sob risco de colapso — é uma delas. A empresa diz que segue o cronograma pré-estabelecido.

O que aconteceu

O prazo inicial era 2023 — mas, por causa da recente movimentação do solo, foi adiado para 2025. A região afundou 1,86 metro entre quinta (30) e ontem (5).

O plano de fechamento total dos poços foi apresentado pela Braskem às autoridades e aprovado pela ANM (Agência Nacional de Mineração) em 2019. Segundo a empresa, 70% do planejamento foi cumprido até agora.

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Todas as minas ficam na região dos bairros Mutange e Bebedouro, que já foram evacuados. A extração de sal-gema começou na década de 1970 e foi encerrada em 2019.

O processo usado em cada uma das cavidades é determinado após estudo de sonar feito pela empresa e avaliado junto à ANM. As atividades para fechamento da mina 18, que corre risco de colapso, foram suspensas após registros de movimentações do solo.

O fechamento ainda não foi finalizado nas minas 9, 12, 16, 18, 22, 23, 25, 26, 27, 28 e 33, de acordo com a empresa.

Qual é a situação das minas

Preenchimento com areia:

  • 5 concluídas: 4, 7, 11, 17, 19
  • 3 em andamento: 18, 25, 27
  • 1 pressurizada: 2

Preenchidas naturalmente:

  • 5, 6, 8, 14 e 24

Pressurização e tamponamento:

  • 7 pressurizadas: 1, 10, 13, 30, 31, 32 e 35
  • 8 em andamento: 9, 12, 16, 22, 23, 26, 28 e 33

Em acompanhamento técnico:

  • 3, 15, 20, 21, 29 e 34
Imagem: Braskem/Reprodução

O que são esses processos

Preenchimento com areia é a adição de areia de outra região para preencher completamente uma mina. A areia foi removida de uma região praiana do município de Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió.

O processo de pressurização é realizado de forma semelhante, mas adiciona-se menos areia. A quantidade deve ser suficiente para criar uma pressão que se possa selar sem risco de futuras movimentações.

O preenchimento natural é com material da própria cavidade. Nesses casos, segundo a Braskem, não há necessidade de novas ações para tamponamento. O acompanhamento técnico é um monitoramento por meio de um sonar.

O que diz a Braskem

Todo o trabalho segue prazos que são pactuados no âmbito do plano de fechamento, que é regulamente reavaliado com a ANM. As atividades para preenchimento da cavidade 18 estavam em andamento e foram suspensas preventivamente devido à movimentação atípica no solo.
Nota da Braskem

Entenda o caso

O afundamento do solo acontece em área onde houve extração de sal-gema, cloreto de sódio usado para produzir soda cáustica e PVC. A exploração de sal-gema na área começou na década de 1970 e foi encerrada em 2019 — no total, são 35 minas.

Maceió decretou estado de emergência na semana passada, depois que o afundamento do solo acelerou. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), permitiu que a capital alagoana faça um empréstimo de US$ 40 milhões.

A petroquímica nunca assumiu oficialmente a responsabilidade pelo afundamento do solo na área onde ficam as minas. Apesar disso, pagou R$ 9,2 bilhões desde 2020 como compensação financeira em decorrência de um acordo de desocupação de áreas de risco. E já foi multada 20 vezes pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas.

A Braskem afirmou que sua prioridade é a "segurança das pessoas". "Por isso, vem adotando todas as medidas necessárias para mitigar, compensar ou reparar impactos decorrentes da desocupação de imóveis nos bairros de Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Mutange e Farol", diz texto enviado à reportagem.

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