Publicitário diz que foi agredido por seguranças durante Festival de Verão
Do UOL, em São Paulo
29/01/2024 21h47Atualizada em 30/01/2024 20h25
O publicitário Roberto Junior, 30, diz que foi agredido por seguranças de um camarote no Festival de Verão, em Salvador. O caso aconteceu na madrugada desta segunda-feira (29).
O que aconteceu
As agressões começaram quando seis seguranças acusaram Roberto, um homem negro, de roubar celulares. "Eles me encurralaram e me acusaram de estar roubando celulares dentro do camarote. Disseram que receberam a denúncia, já fui sendo apalpado", contou em um vídeo no Instagram.
O publicitário negou que tivesse roubado celulares e tentou filmar a ação, mas o aparelho teria sido derrubado por um dos seguranças. "Fui tentar pegar o celular, já recebi um soco de um deles, recebi outro tapa e fui carregado para fora do banheiro", relatou.
Nos vídeos compartilhados, Roberto aparece com o rosto inchado e com outros machucados pelo corpo.
Uma das imagens publicadas na rede social X mostra o momento em que ele é levado pelos seguranças. "Recebi dois mata-leões nesse processo. Eu pedi para ser levado para polícia, mas eles estavam me levando para um 'cantinho'. Não queria ir para o cantinho", destacou.
Roberto conta que pessoas tentaram ir até ele, mas eram impedidas pelos seguranças. O publicitário diz que só conseguiu se soltar quando um homem reclamou algo com um dos seguranças, antes deles irem embora.
"Eu achei que iria morrer naquele momento", disse o publicitário. "Foi um filme de terror. Por uma coisa que eu não fiz. E mesmo que alguém tivesse feito, não era justificativa para tal ação", ressaltou.
Ele conta que foi atendido em um posto de saúde e registrou boletim de ocorrência ainda na madrugada. "Esse caso de racismo eu não desejo a ninguém".
Investigação
A Polícia Civil da Bahia informou que há uma apuração em andamento sobre o caso. Imagens de câmeras de segurança foram solicitadas.
A Bahia Eventos, organizadora do Festival de Verão, divulgou uma nota em que lamenta o ocorrido. A empresa diz que o caso está sendo apurado e que toda a assistência necessária foi dada à vítima.
A Smirnoff, responsável pelo camarote, disse que não tolera nenhum tipo de discriminação e assédio. "Valorizamos uns aos outros e repudiamos fortemente qualquer violação dos direitos humanos. E, na qualidade de patrocinadores do evento em questão, estamos em contato ativo com os responsáveis pela organização do festival. Em solidariedade à vítima, já exigimos esclarecimentos sobre o ocorrido e fomos informados que a mesma recebeu atendimento imediato. Continuaremos monitorando e tomando todas as medidas cabíveis", diz a nota enviada ao UOL.
O UOL tenta contato com a PrestServ, empresa que prestava serviços de segurança no evento. Se houver resposta, o texto será atualizado. O espaço segue aberto para manifestação.