Fóssil de preguiça-gigante é descoberto em gruta de Minas Gerais
Do UOL, em São Paulo
05/02/2024 16h21Atualizada em 05/02/2024 16h21
Pesquisadores da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Minas Gerais encontraram fósseis de uma preguiça-gigante extinta em uma gruta no estado.
O que aconteceu
A preguiça-gigante da família Scelidotheriinae teria aproximadamente 2,5 metros de comprimento. O fóssil foi encontrado na Gruta João Lemos, localizada em Pains, no centro-oeste de Minas Gerais, durante as atividades de campo da Escola Brasileira de Espeleologia da Sociedade Brasileira de Espeleologia.
O animal viveu no período chamado Pleistoceno. A preguiça-gigante pertenceu à megafauna extinta ao final da última era glacial, que durou 2,5 milhões de anos.
Aproximadamente 25% da ossada pôde ser resgatada. Isso inclui o úmero esquerdo, ossos carpais, falanges, costelas, crânio fragmentado, vértebras esternais e osso palmar.
Fóssil era de animal adulto, mas não foi possível descobrir se era macho ou fêmea. Isso porque não foi encontrada a bacia pélvica do fóssil, explicou o professor Dr. Luiz Eduardo Panisset Travassos.
"No entanto, podemos dizer que o animal atingiu a fase adulta pelas extremidades dos ossos longos, as epífises, estarem fundidas às diáfises, ou seja, corpo ósseo", afirma o pesquisador.
Corpo alongado, crânio de aspecto tubular, membros atarracados e garras poderosas. Assim seria a estrutura do animal, que se aproxima a de um novilho de 150 quilos, segundo o pesquisador Bruno Kraemer, que participou da atividade e é orientando do professor Panisset.
O fóssil será encaminhado para o Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, em Belo Horizonte. No local, considerado a maior coleção de mamíferos fósseis no Brasil e a segunda maior da América Latina, já se encontra em exposição o crânio de um mastodonte que teria coabitado a mesma região da preguiça-gigante.
A locomoção desse animal era peculiar e denominada de pedolateral, ou seja, pisava na face externa das patas. Além disso, seriam capazes de construir tocas no solo, para procriarem e se esconderem
Bruno Kraemer, pesquisador