Quem é o brasileiro suspeito de ter sido recrutado para atacar judeus no DF
Do UOL*, em São Paulo
04/03/2024 11h26
O autônomo Lucas Passos Lima é suspeito de planejar ataques terroristas contra prédios judeus no Brasil. Ele também é suspeito de fazer parte de uma organização paramilitar internacional: o Hezbollah.
Quem é o suspeito e o que se sabe
Lucas foi preso em novembro do ano passado. Ele é suspeito de fazer parte do Hezbollah, grupo paramilitar libanês criado para combater forças israelenses — França, EUA e Alemanha consideram que o grupo é terrorista. Detenção ocorreu no aeroporto de Guarulhos, quando ele voltava de uma viagem do Líbano.
Polícia foi alertada pelo FBI após identificar viagens suspeitas ao Líbano. O Órgão norte-americano citava atividades criminosas, tais como "tráfico de drogas e atividades terroristas".
Em depoimento à época, Lucas disse que a razão de sua viagem para o país do oriente médio foi uma proposta de "crescimento de negócio". Ele disse que trabalha com regularização de imóveis, corretagem e venda de grãos
Vídeos de sinagogas e cemitérios de judeus no Distrito Federal foram encontrados na conta de e-mail de Lucas. Ele também salvou buscas com o endereço da Embaixada de Israel e informações de rabinos do Distrito Federal.
Documentos mostram que ele fez treinamento com armas e procurou um piloto com experiência em cruzar fronteiras, possivelmente com o objetivo de fugir depois de um possível ataque.
O suposto recrutador de Lucas para o Hezbollah é o sírio naturalizado brasileiro, Mohamad Khir Abdumajid. Ele está foragido e está na lista de procurados da Interpol. No Brasil, ele era dono de tabacarias em Belo Horizonte.
De acordo com a PF, a detenção de Lucas e outros suspeitos evitou que acontecesse um atentado terrorista contra judeus no Brasil. Lucas e Mohamad respondem pelo crime de terrorismo e organização criminosa.
A defesa de Lucas nega que ele tenha envolvimento com terrorismo e que a inocência dele será provada ao longo do processo. Já a defesa de Mohamad, não foi encontrada.
*Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters